segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sem nome.

Eu sou o dom que tua vida esconde;
No corpo, corrente; na mão, tem pão.
Eu sou a rosa dos teus pensamentos,
E a raposa que teus olhos contemplam.

Sou o rubor da tua caminhada inerte.
O sopro leve que devasta a vinha.
Eu sou o amor; sou eu o flerte!
Sou a sombra opaca de quem caminha.

Sou eu a alma alegre das mentes mortas.
A escuridão dos sóis vivazes e poentes...
Sou eu a mão que bate a porta
E a mesma que te conserta os dentes..

Eu sou a dor; sou a hora demorada.
Sou a beleza entristecida da manhã,
Que some com o sol da alvorada
E regressa no céu como estrela anã.

Aponte o dedo e lá estou vívida!
Pronuncie a todos meu “bendito” nome...
Liberte a alma! Pague sua dívida!
Acredite, que a dor lhe some...

Eu sou o pão que sem entendimento,
Vaga na vossa boca insana e crua.
Eu sou o risco, que te corrói por dentro
Enquanto me busca pelas vielas-ruas...

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