sexta-feira, 6 de novembro de 2020

 

A ideologia e a nossa política.

 

Para quem “milita” na política de forma, digamos, profissional, entender o que significa ideologia é algo tão intrínseco que se confunde com a própria existência do ser. O ideólogo, aquele que professa tal, se abstrai do mundo, externo, para adentrar e adensar ideias de um mundo seu e de iguais.

Na política, a ideologia serve para cooptar mentes que irão propor que o mundo no qual vivem, nada mais é uma, ou deverá ser, um meio para se chegar a um fim; este que é o mundo ideal, onde o partido é a causa e a causa é viver pelo e para o partido. Nada está acima disso.

Evidentemente, que da forma mais simples possível, o partido, de alguma forma, substitui a necessidade de explicar-se acontecimentos para o bem e para o mal. O partido se torna deus, sendo o líder, daquele, a representação da vontade divina.

Não há razão na fé. Deus, como muitos conhecem na vida cristã, é substituído pela força da imposição ideológica. Rasga-se toda e qualquer realidade em prol da unidade partidária. A história está incrivelmente cheia de ideologias, que vão desde as de cunho sociocultural, até as deidades.

Esse tipo de pensamento não chega a todas as pessoas. Explicar milagres divinos, em uma consonância real do dia a dia, onde mulheres engravidam do espírito santo, onde água se transforma em vinho e tantos outros milagres cristãos, é muito mais fácil, do que explicar que, por causa de uma ideologia humana, o líder mata milhões e milhões para expurgar os impuros ou dissidentes desses ideais.

A força da ideologia é muito mais forte que a própria fé. Reis mataram em nome de um poder divino; líderes de seitas, ceifaram vidas inocentes, cegando-as com promessas de um novo mundo; lideres partidários mataram, levaram e massacraram aqueles que não coadunavam com o que o partido convencionou a chamar de “CAUSA”.

E aqui que tudo se explica.

Os ditadores tem na CAUSA, seu único propósito e aqueles que seguem a CAUSA, não veem a realidade como algo que possa não ser a vontade partidária. Em outras palavras, a CAUSA tem a primazia, em qualquer sentido e em qualquer situação.

Claro que nem todos os ditadores matam em nome da CAUSA, mas toda CAUSA tem suas mortes explicadas por ela mesma, por sua simples existência. Não existe mérito, o que existe é viagem cega pelos vales da CAUSA.

Não se combate ideologias com ideologias.

A história viu, desde os comunistas marxistas, maoístas, leninistas, stalinistas, até os nacionais socialistas hitlerianos, que a CAUSA poderá ter qualquer efeito para que se concretize como o pensamento único. Milhões morreram em nome de todas as religiões, mas ninguém matou mais que o pensamento ideológico.

Para agora e para hoje, gostaria, mais uma vez, reforçar a força que a ideologia tem na mente de quem vê a realidade por sua ótica: não adianta apela para a razão, ideólogos e seus seguidores, não veem o sofrimento como algo ruim; para eles, o povo é, como era para os reis absolutistas, apenas um meio para se conseguir um fim.

A máxima de “dividir para conquistar”, talvez seja a maior verdade do mundo! Enquanto o povo viver essa realidade, essa briga( que é algo bem diferente de luta) entre os bons para o povo e os libertadores, viverá encarcerado a essa realidade mentirosa e assassina, que espalha a corrupção em nome da CAUSA; que ceifa mentes em nome da CAUSA e que destrói famílias, lares e o mundo em torno.

Vivemos uma guerra cultural, social, moral e, principalmente, ideológica, onde alguns poucos, donos dos títulos universitários ou políticos, acuam quem nem sabe que está sendo cooptado por esta mão invisível da CAUSA.

Para terminar, infelizmente, é sem jeito, para agora, esta batalha. Estamos perdidos. Gerações e gerações atrofiadas por um único pensamento, uma única ideologia, a político-partidária. Não importa quem seja humilhado, passe fome, ou viva pela “bondade” do governante, desde que tudo isso seja em nome da CAUSA, vale tudo.

 

sábado, 2 de maio de 2020

O cidadão Bananeira


Via ontem, no YouTube, uma frase que me chamou muita atenção: " melhor que ser um grande político, é ser um grande cidadão, honesto e respeitado."
Coisa difícil? Sim, porém muito mais comum do que imaginamos. Por vezes, vejo o Facebook me "lembrando " de fotos do meu saudoso pai. A falta dele é algo imensurável. Não pelas coisas que ele me proporcionava, mas pela bandeira moral e ética irretocável. 
Não estamos falando de perfeição, isso não existe! Costumamos colocar esse estigma nos mortos, mas meu pai não era perfeito, pelo contrário, tinha os defeitos que todos podem ter.
Mas o que o diferenciava, e é o que diferencia os bons dos maus, eram suas virtudes.
Há de ser o homem virtuoso! 
Uma dessas virtudes é tratar bem as pessoas, tanto no sentido de ser sempre educado, quanto no campo da sinceridade. Nunca vi meu pai com falsidades ou emoções mentirosas. Ele era bruto ou era ignorante, mas nunca falso. Acolhi isso pra mim, não gosto, não curto e não cultivo esse tipo de coisa.
Cabe ao homem ser digno de reconhecimento, não pelo que conquistou, mas pelo modo que trata as pessoas. Alguém azedo, antipático, falso, imbecilizado, este não vale o chão que pisa. Alguém extremamente simpático, amável demais, cheio de abraços, beijos e sorrisos, este eu prefiro mais longe ainda.
A vida não é esse mar de rosas, pelo contrário,  ela é dificuldade,  mas também é esperança. 
Por anos a fio, vi meu pai sentadinho na cadeira verde de balanço. Mãos unidas, rosto sisudo, rezando e pedindo a Deus algo. 
Um dia perguntei a ele o que ou por quem tanto reza, ele prontamente disse que não era da minha conta e que eu fosse perturbar outra pessoa...
Em uma situação normal, com alguém normal, eu ficaria arrasado, com raiva, mas não, preferi achar, e sempre achei, aquilo como algo virtuoso, algo inatingível pelo meu pouco tempo de vivência. 
É isso que nos falta: verdade. Vivemos num mundo muito "educado", num mundo covardemente mentiroso e abobalhado, onde os problemas são maiores que as soluções. O mundo prático não há problema impossível, além da morte, claro.
Quem nunca ouviu dizer que as soluções mais práticas, são aquelas mais simples?
Vivemos tempos assim, acéfalos, onde a única virtude é ser mais esperto que o outro. Onde ganhar, sorrir e curtir são as medalhas penduradas nas nossas mentes; onde nos desagradamos muito facilmente, onde a mágoa impera e o amor e paixão.
Meu pai me disse, após dizer que eu nada tinha a ver com o quê ou a quem ele rezava, que: " aproveite que você falou e vá buscar um cafezinho pra mim". 
Sigo meu rumo, para um dia, chegar a pedir, também, esse café. Meu respeito não é nada diante a tudo que o mundo precisa. Mudar não é tão necessário, mas evoluir é mais que preciso.
Então, expurguemos a mágoa boba, a falsidade, principalmente, e a ganância em ser melhor que o outro; o mundo precisa de um homem fracassado, mas que tenha honra e respeito em suas virtudes.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Semana santa?



Sempre foi uma época de festa. Claro que há, evidentemente cada vez menos, uma sagrada imersão no sacrifício de cristo. Uma imersão e uma reflexão para poucos. Ao meu ver, é mais uma data.
Conto demais essa história, onde eu e meu amigo Joel saímos a procura do que comer, em plena sexta feira santa.
Era uma tarde, tipo 2h da tarde, fomos ali pela rodoviária, dizendo eu que ali havia uma lanchonete que nunca fechava... ledo engano, pois fechada estava. Subimos lagoa adentro e nada. Subimos ginásio, descemos pro centro e nada. Chegando perto da loja do seu adilon, tinha, ainda tem até hoje, eu acho, uma lanchonete aberta.
Bingo! La entrando uma senhora até simpática nos recebeu. “querem o quê?” Ele sempre muito calado, calado ficou; eu não tão falante, mas sempre gaiato, disse que queríamos pastel. Ela disse que tinha! Mas que só não venderia de carne, pois era sexta-feira santa...
Eu, não sei se por ignorância, perguntei qual era o problema? Ela continuou a dizer que era sexta-feira santa. Claro que eu sabia que é um dia que não se come carne. Eu, nunca comia, pois meu pai sempre comprava bacalhau, mas naquela sexta-feira, eu estava apenas com os amigos em casa.
Continuamos a insistência, Joel com uma paciência comum a ele, apelou: “bora sair fora, ela não vai vender.” Não pisquei e continuei a insistir. Ela vendia a de frango ou de queijo, mas carne não. Papo vai papo veio, até que chegou alguém pedindo pastel, também e de carne. Ela deve ter pensado que era algum tipo de teste, e talvez fosse.
Só que éramos 2 garotos, moral zero diante uma senhora. Chega um homem e ela diz que tem de carne, frango e queijo, mas... não aconselhava o de carne pois era sexta-feira santa. Eu lembro até hoje o sorriso quase que maquiavélico e sarcástico do joel, tipo: “Sai dessa agora, tia.”
Ela não teve escolha, foram 4 lindo pasteis, 2 de carne e 2 de frango. O mais interessante é que Joel não quis comer o de carne. Eu fiquei indignado! “mah como é que tu me fazes brigar meia hora por esse pastel e na hora “H” não vai comer.” Ele disse: “vai que é de verdade esse negócio de sexta-feira santa...” respeitei.
Já pra chegar em casa, esta que havia deixado ótimas mãos, de longe avistei as pessoas, que saiam em procissão, olhando aqui pra casa. A cena foi surreal, mais pela vergonha alheia do que pela cena, normal, em dias normais... Um dos “cuidadores” da casa estava simplesmente em cima da laje do muro, sem blusa, rodando a mesma no ar... Foi uma imagem insólita! Todo mundo olhando pra casa, a procissão toda!
Pensei no que meu pai havia dito antes de sair e me deixar em casa com a galera: “tome cuidado com a casa; sem extrapolar.” Ah sim, aquilo era mais que extrapolar, era escandalizar!
De longe eu ouvi “robocop gay”, clássico da época! O som não poderia estar mais estridente! . Foi engraçado, não vou mentir. Nunca me liguei dessas datas, aliás, nunca gostei da hipocrisia dessas datas.
Tudo isso é inesquecível na minha mente. Chega essa época e sempre lembro dessa história, desse dia, onde as preocupações e ocupações eram outras, onde a vida era brincadeira.
Todos os personagens desta história seguiram seu caminho, apenas eu, aqui e agora fiquei. Lembro com saudade daqueles tempos, mas a vida é isso.
Hoje, em meio a esses dias turbulentos, onde as pessoas estão proibidas de irem à igreja, eu vejo que datas são apenas datas, o que vale realmente é aquilo que elas refletem no tempo das nossas lembranças, pelo que nos marcam. Nunca imaginei que deus e a fé, aquela mesma fé que não me deixa comer carne, pois era sexta-feira santa, estariam relativizados por qualquer motivo.
Deus deveria e sua casa também, serem inatingíveis. Deus mais além disso, deveria ser absoluto. Que vale o homem sem uma fé? Joel não era tão afeito a igreja, mas naquele instante preferiu ouvir a voz da senhora, dizendo que era sexta-feira santa e que não devíamos...
Ele no bom lugar está, enquanto nós, aqui, vemos a fé faltar em meio a tanta razão. Vamos em frente, pois a luta é a única glória.

domingo, 1 de março de 2020

Cuidado com as escadas.

Chega a chuva e quem não tem telhado de vidro, e sim de telha, sabe o quanto uma goteiras pode desagradar.
Goteiras são, por natureza, o asfatamento de uma telha noutra ou a quebra da mesma. Por elas passa a água, que molha o forro. Causam manchas. Envelhecem qualquer teto, isso quando não o fazem cair.
Numa dessas chuvas, com raios e trovoadas, me senti na obrigação de subir, felinamente, no telhado. Que ideia... mais uma vez, raios, chuva e trovões... falei que estava escuro?
Então, era noite e chovia forte. O vento poderia facilmente derrubar mais que as folhas amareladas da acácia, que há anos jaz microscocopicamente na calçada de casa, mas uma fruta madura ou um cara de 40 anos, pessimamente preparado.
Mesmo assim, todas as vezes, nós homens vivemos menos que as mulheres. Poucos são os que sobrevivem nessa aventura da vida; aliás, realmente, ninguém sobrevive! Enfim, no telhado, vento, chuva, escuridão, fios elétricos, telha escorregadia, raios por todos os lados, mas a goteiras estava lá, pujante! Nocauteando, quase, meu dever de resolver.
Subi. Escada pequena, cachorro enlouquecido... "sai daí doido!" Calma, totó. Já comecei ralando o joelho. Bom começo. Calção rasgou o fundo e eu nem havia subido ainda. Ouço alguém cochichar: " esse não volta mais". Eu também comecei a pensar o mesmo.
Com a barriga na laje, tentando alcançar a parte superior do muro, senti que ou eu ia ou eu cairia. Caramba! Desespero! Por sorte, consegui encaixar a mão por baixo do fio grosso do ar condicionado. Heim?! Pois é, um fio, molhado pela chuva que caia mais complacente com minha situação, mas que nem por isso enxugou aquele fio.
Pensei: " ou eu puxo e morro dum choque, ou levo uma queda, não tem grande, mas que abalará, para sempre, minha masculinidade.
Entenderão o pensamento? Morrer dum choque ou ter a masculinidade ferida! Claro que puxei o fio! Morrer fazendo uma grande merda, é ou não é algo louvável?
Pronto. Fase 1 concluída com sucesso. Joelho ralado, mas a masculinidade preservada. Olho, procuro pela goteiras. Uma pequena lanterna na boca, muito "operacional", estilo filme hollywoodiano. Sim, lanterna de herança do papai! 
Procurando e provavelmente acho a goteira. Uma telha afastada. A dúvida se era só aquilo mesmo, pensei ser e recoloquei-a. 
Problema resolvido, agora é só descer pela escada que era pe...que...na... me sentei na ponta da laje, o cachorro em baixo, indo e vindo, um raio rasga o céu e eu pensei: " bombeiros". Sério! Não tinha como descer e não dar uma grande m*. E agora? Besteira. Vamos analisar novamente. Mas a escada não cresceu após análise. 
Assim, tive a grande ideia de ir por cima do telhado! Ora, que mal teria? As telhas estão apenas escorregadias! Pé na calha cheia de fio molhados? Melhor não. Pé na telha? Escorreguei. Já não tinha, o calção, fundos pra rasgar. Eu pensei que melhor seria arriscar pela calha, pois os fios eram aqueles da Coelce... Sim, Coelce! Enel dá azar, porra. Pois, os fios da Coelce não iam estar sensíveis as intempéries. Por lá fui eu. Canela rasgou ao primeiro contato com a telha pontiaguda. Show! Raios! Muitos. 
Mas eu teria que andar mais um pouco. Cheguei no local dos fios, da Coelce, e um belo dilema: como passar sem encostar neles... meus amigos, nessa hora, passou mais um relâmpago que me fez translúcido e atravessei. Segurei na mão e fui com a água da calha cobrindo o pé.
Dai pra frente foi só descida. Opa, pera, desce por onde, se a escada tá doutro lado? Aciono alguém: pega a escada! A escada chega ao outro lado, e com ela o cachorro, impaciente, querendo subir também. Mais raios. Sento no muro do vizinho, com medo de alguém me ver e pensar: quem estaria num telhado hora dessas? Pois bem, o muro do vizinho tem uns pregos que mesmo batidos ainda causam atrito.
Aqui só me resta um "kkkkk" e mais um pedaço do calção se foi, fora a perna furada.
Mas salvei a casa da goteira. Sobrevivi. Ainda meio atônito, pois havia e houve um custo psicológico grande de não ter conseguido descer por onde subi.
Estava em êxtase pela façanha, mas pensativo de como o tempo passou mal pra mim. Anos antes eu teria subido sem escada, apoiando-me nos 2 muros, mão lá e cá, pé lá e cá, estilo rã. Pra descer? Era só pular! Mas o tempo é implacável com aqueles que param nele...
Ah, esqueci de dizer: quando passei pelos fio da Coelce, acabei quebrando outra telha. Choveu e adivinha? Tive que subir novamente. Só que essa história, é outra história...



sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

E houve luz?

Nas trevas em que me perco
Em uivos arredios
Causam espanto e calafrios,
Na causa do meu cerco.

Procuro dar sentido,
Um passo a cada vez;
Orgulho que se desfez
No ar dos oprimidos.

Neste, de fato, irrisório 
Palco calado que palpita
Uma massa fala e suplica
Pelo tempo peremptório.

Mas chega? Nunca chegou!
Está distante que nem sinto.
Então, é onde choro e minto...
Sim, aqui é onde estou.


sábado, 22 de fevereiro de 2020

É dos carecas que todos gostam mais!



Num momento conturbado, em termos de segurança pública, os atores da política municipal, nada dizem sobre os fatos. Será que não sabem eles que o município também tem resguardo constitucional para atuar na área da segurança pública?

Além do nível baixíssimo da maioria dos nossos políticos locais, a população também se perde nos “memes” e vídeos. Esquece-se do real problema, que não é sazonal, mas que é um diário. A brincadeira é boa, saudável, mas a verdadeira discussão é deixada de lado, em detrimento, pasmem! até mesmo se iremos ter ou não o carnaval.

Num desses comentários insípidos da internet, um secretário briga, expõe rusgas pessoais com um ex-apoiador... Não estão interessados no desenvolvimento daquilo que não seja seu próprio interesse. Mas são representantes da maioria.

Quixadá já foi grande centro estadual de comércio e política; tivemos figuras honradas e contumazes em suas posições.

Hoje carecemos de grandes figuras,  de pessoas que tem coragem de “ir pra cima”, mas com argumentos e soluções extemporâneas; vivemos tempos onde os “memes” são a cria e a criatura do “desenvolvimento” municipal. São tempos, leia-se "há muito tempo", onde os covardes tem vez e cargos, onde os incapacitados não são por natureza, mas de caráter.

Vi também, já adentrando noutro assunto, a contumaz tentativa de APENAS desqualificar o adversário ou inimigo político. Onde andam as soluções para a cidade? Onde andam as mentes pensantes do município? Cidade universitária ou um universo de otário que se enganam a cada eleição?

A luta é pelo povo ou apenas pela caneta que nomeia uma penca de incompetentes por ocasião? Estes, por vezes, até mesmo inaptos a varrer um de chão, pela preguiça que neles abundam.

A cidade está padece de incompetência política. O que funciona bem é a articulação dos pés daqueles que fazem a caminhada eleitoral de 4 em 4 anos, até a casa dos eleitores. E claro, eis aqui, nos eleitores, os únicos culpados, pois não podemos exigir de um predador, o político, tenha maturidade pessoal ou política, para diferenciar o que é necessidade e o que é a realidade em que vivemos.

A greve da polícia é um sintoma disso: um estado governado por uma família, para um interesse, para um grupo. Uma assembléia que deveria legislar em prol e fiscalizar aquilo que é público, mas que se apequena diante cargos e interesses de ordem pessoal.

O legislativo municipal não fica atrás, tendo apenas um agravante, digamos, insignificante: seu atual presidente está preso... os marcianos, se aqui chegassem, jamais entenderiam.

Espero que a covardia e a imbecilidade da população saia no álcool que irão consumir neste lindo e maravilhoso carnaval. O mundo de lamentações irá desaparecer por 4 longos dias. "O sol irá brilhar mas uma vez..." Acordaremos na "quarta-feira de ressacas", após comas alcoólicos e irrelevantes atos libidinosos, num mundo melhor, onde os que nascem em novembro, serão paridos e aguardados pela teta gostosa do bolsa família. Claro, que existem exceções a está regra de novembro...

Enfim, após insultar todos, recolherei-me a insignificância que me é posta e aguardarei por cenas dos próximos capítulos. Neste mundo de mentiras, estamos todos de parabéns, pois somos mestres.

 


domingo, 16 de fevereiro de 2020

Há muito tempo

Não tem idade, 
hora ou tempo.
É um brilho descolorido
Um instante atrevido.
A palha que queima.
É um jogo, e sim,
De azar!
É viver sem estar,
Sofrer sem querer.
É o passo dado sem certeza
O risco é incalculável 
Mas o riso agradável
Que embeleza o esmaecido
Contorna a insensibilidade.
"Está cor é de verdade,
Seu sabor é descritível?"
Sua ausência?!
Horrível! 
Mas me traz esperança.
De estar em seu colo,
De não ser um voo solo,
Pra suspirar indecente.
Engana-se quem pensa
Que a está imune a...
É algo de agoniar!
Meus deus, o que estou tentando?
Não tenho a resposta,
Apenas encosta,
E me deixa amar.
Quem sou sem teu amor?
Ninguém.
Mas quando não chegas,
De verdade,
É quando dói, 
Está bendita saudade...

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Um sonho

quero amá-lo, mas sou louca?
odiá-lo, sou idiota?
a verdade, curta e rouca,
grita sem bater a porta.

é simples virar tortura.
anestesia a boca.
a dor é pouca
ou o abraço é aventura?

nessa desenvoltura
pensava não ter mais rimas
meninas, vejam a tontura:

sou a mais bela de todas!
as que passam e vão,
até as que ficam e são...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

amar é...

Fragilidade.
Verdade! 
Não acredita?
Precipita:
Lágrimas, desejos,
Lampejos, encejos
"Oi, bom dia".
O amor e difuso...
Confuso?
É olá e "ave Maria!".
"Ah, tá..." destrói.
"Olá." Constrói. 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

ar pesado

Pesa o ar nesse pulmão apaixonado
Um sofrer impossível de sanar.
Pesa me um mar, mas calado,
Desse jeito impossível de te amar.

O silêncio Nem é meu recado
É uma forma de protestar
Que sentir, sentir calado,
É pior que não poder gritar.

Esse amor é um fardo, pesado 
Um romance fatigado
Sem começo certo ou fim


o quê se vê?

Beleza produzida e engomada.
Riqueza reduzida e adestrada.
Avareza rica e rebuscada
Certeza de não ser amada.

Um mundo falho e mercantil.
Num fundo falso e pueril. 
Um lime torpe para madeixas
Eu sonho um pouco, o quê me deixas?

Tristeza, já lhe basta?
Certeza fria e nefasta
Criada em mar de ilusão 

Depois de tudo, em perfeição,
O sentimento pouco afasta
Vivemos de mentir ou não?

Claro!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Um dia, será pouco...



Minha vida é poesia
Letra, sílaba e palavra.
É como uma melodia
A ser declarada.

Por vezes é triste
Noutra alegria.
É vida que se agrava 
Ou nada disso seria.

Paira na curva
Adentra e turva
Não vejo nada.

Quem sabe seja
E por mais que veja
Não há fim...

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

A vitória da mulher



Raramente costumo sair de casa, principalmente a noite. Mas quando saio, minha percepção vai a mil! Vejo tudo, percebo tudo; sou capaz de lembrar de detalhes inimagináveis... das pessoas e de seus padrões, por vezes, burros e burros.
Ontem, em uma dessas idas pelas ruas, já voltando para casa, vi uma moça tão bela... meu espelho nunca me disse que eu era belo. Já ouvi relatos do meu pouco charme, da minha personalidade estranha, mas sempre, sempre fui um admirador contumaz da beleza feminina.
Quem assiste aqueles filmes de suspense, onde o psicopata observa suas vítimas, talvez tenha a noção de admiração deturpada.
O homem, enquanto hétero, vê a mulher como algo a ser conquistado, “comido”; é literalmente um troféu a mais para sua estante. É ligar, mandar mensagem, insistir até que o erro aconteça e normalmente, ele acontece. Em muitas mentes mais fracas, não que a do homem comum seja forte, essa “batida” na mesma tecla, dia após dia, deixa a mulher frágil; é como se a amolecêssemos para usufruir de seus atributos.
Um colega meu diz assim: “É feia”. Eu digo, quem não gosta, encontra qualquer defeito. Sou fã da beleza feminina... já disse isso? Mesmo assim, não posso deixar de voltar ao assunto: o quanto elas se desvalorizam. A minha visão de mulher é dicotômica, cabendo o lado materno e puro, na mesma estante do lado sexy, vulgar e amorosa. Adjetivos eu teria milhares e pouquíssimos seriam negativos.
A mulher, para mim, é perfeita, não há o que contestar. Se existe um deus e Ele fez todas as coisas, a história bíblica está errada. A mulher sendo o pecado do homem? A mulher é o mundo e tudo aquilo que o rodeia; para a humanidade, ela é tudo. É cria e a criação. É a que amamenta, a que se preocupa, a que ri e chora na TPM, é imatura para perceber, pois tão cedo e mais cedo que o homem, se torna adulta.
A mulher é pura emoção! Mas como exigir da “emoção”, critérios racionais? Difícil. Na prática, todos somos um amontoado de erros. Eu mesmo já induzi erros. Bebida, balada e bons papos. Criei ilusão? Jamais, apenas fiz o que o homem, frente a uma mulher, faz de melhor: mentir. Se me perguntassem “o que é o homem?” Eu, sem dúvida, diria: pura mentira. Somos assim, nos “passamos”. Mas aqui não é lugar de homem, é um texto de alguém que se indigna com uma maioria, que tem um papel decisivo no mundo que vivemos.
Como disse antes, a mulher é tudo na vida de um filho pequeno e na sua trajetória de vida. Não há aqui necessidade de elevar ou alçar a mulher a pedestal algum, apenas de tentar vivenciar suas dúvidas e alertar sobre sua importância.
Vejo também o quanto essa “imponderação” leva a lugares ridículos; a situações lamentáveis. A desvalorização da mulher pelo homem, pode ser natural; o homem é força, a mulher sentimento. O homem empurra aquilo que a mulher abraça!
Eu não teria um harém, mas gostaria de ter um mundo de mulheres! Amo-as! Mas não me iludo que as coisas melhorem; que se valorizem... ah, estava esquecendo da beleza. Não sei se é errado, mas é minha percepção, em ver o quanto mais bonita, menos se valoriza. Parece que é como se tivesse um véu cobrindo os olhos. Aqui, saio do lado mais genérico feminino, partindo rumo aquilo que a hipocrisia não nos deixa falar: beleza e seus padrões.
“Caralho, que coisa mais linda!” É aqui que estou, na beleza admirável. Na perturbação do sono, nas canções já compostas, na madrugada, quente ou fria, na solidão que o coração sente por aquela que se foi, por tudo e mais um pouco. O homem é lamentador profissional. É o cão que se veste da noite e sai sem rumo. A mulher não pode ser isso. Também não deve ser aquela que fica em casa esperando. Mas o principal é que cada um tem seu lugar, podem se encontrar, viver juntos, mas jamais se “misturar”.
A personalidade masculina é única e facilmente descritível. A mulher, pouco a pouco, vai se deixando levar pelo mesmo caminho. O homem é banal, bacanal. A mulher é natural, natureza de ser mãe e mulher, não deveria se encaixar na descrição cabida ao homem. Mulher é especial, não deve ser algo ou coisa. O homem é um litro, um celular tocando bruno e Marrone, tira-gosto e alguém que não lhe responde uma mensagem.
A mulher é o faraó apoteótico. A imagem e semelhança das nuvens que mudam com o vento. É o cheiro que passa. O aroma que marca. A beleza que impacta. “a música que me lembra você”. Ela é a paixão, o ser apaixonante. É dura, difícil e inalcançável. Mas é, acima de tudo, a fragilidade. É o abraço “do nada”. É como disse antes, sentimento puro.
No meio da rua, passando, bunda para lá, bunda para cá, rebola, mas sem ir até o chão. A personalidade não deve se fundir com a atitude. Defendo aqui o inalcançável? O simples e puro comedimento, a pausa para refletir. A não banalização do corpo. A valorização do sentimento, da fragilidade. Ter em si e trazer pra si, a responsabilidade que a natureza lhes deu.
Quanto mais frágil, mais preciosa. Aqueles olhos que cintilam, onde a luz passa e se perde. Mulher é amor, não é paixão. É fervor, não tesão. É poesia, música, perfume... mulher deve ser tudo, menos o que vemos por aí.
Eu já tive meus erros, em todos os tempos da vida. Já magoei, mas nunca brinquei. Levo o assunto mulher ao ponto máximo da minha breve e tola história. O bom que sou foi forjado por elas, o lado ruim, abandonado por elas.
É difícil mudar, mas é necessário.