segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A falsidade se transforma em educação.

Quem nunca encontrou aquele indivíduo, "comum de dois gêneros", e por mera especulação mental se disse: sou maior e melhor que ele e vou tratá-lo bem? É um exercício de puro conformismo: " não destruir com os olhos, melhor ser superior". Tem gente que prefere ignorar tal infante agourento; tem gente que prefere dar aquele "oi" amarelo e sem graça e tem gente que nem sabe que dia é hoje.
Mesmo assim, a falsidade vem entre os tempos, desde os mais remotos indivíduos. No período "paleolítico", isso de acordo com meus anos de pesquisa interna, ainda quando o homem lascava pedras pra caçar, ou seja, a liseira era grande e a artimanha eram as únicas ferramentas possíveis, a falsidade reinava triunfante sobre nossas inocentes cabeças, de forma a nos desinformar. 
"Nossa que porra é essa que esse cara está falando?" Falo daquele amigo que lhe dizia: "Olha que linda". E você, num súbito estado de frenesi, pensava sorridente: "sabe de nada, inocente", pois já havia conquistado aquela amor do coração do amigo.
Aqui, nessa idade da liseira lascada, onde os amores compartilhados foram nossas primeiras impressões e aulas dramáticas de falsidade, ainda éramos relés aprendizes.
Com o passar do tempo, e esse tempo logo passa, culminando no mundo onde o fogo e as pedras não eram mais paisagens únicas. Começamos a nos destacar e merecer mais. Alargado o mundo, onde ser nômade não era mais uma opção e a agricultura social estava implementada, um novo nível dessa faceta social e falsa, dávamos-nos a noção exata de que aqueles amores repartidos não eram mais tão importantes assim.
Passamos a conviver cada vez mais com pessoas iguais a nós. Aqueles novinhos novinhos, ou novinhas, não choravam mais em nossos ombros. Havíamos crescido e o mundo mudado, para sempre... ou não.
A convivência cada vez mais "educada" e roboticamente treinada, dava ao homem o poder de dar aquele sorriso sem graça... aquele "oi". O mundo ficou pequeno demais para tanto concorrente. Vagas de emprego e até mesmo no próprio emprego, eram alças sobre nossos ombros cansados daquilo.
Viver se tornará sobreviver a sociedade. A falsidade toma uma faceta indissociável à sobrevivência social. O sentimento mudou e passou a ser uma metáfora necessária ao dia a dia.
Como disse, havia mudado de jeito e de nome e agora se chama comprimento social obrigatorio para boas e saudáveis relações. O que antes fora inocente, não havia desaparecido de nossas vidas, apenas foi alçado para outro nível. Claro e evidente que ainda temos naquele maroto momento, onde a mente ainda jovem, não continha a maldade ou a necessidade de fingir. Por educação, de hoje, o ontem ainda era falso, mas sem maldade. Éramos indivíduos desprovidos da intenção de magoar; éramos apenas, como diz a música, bons amigos.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

A decepção



Desde cedo, porém, não sei se tão cedo assim, deparamo-nos com um sentimento bastante disforme, que se transforma e se transporta pelo tempo, como fosse uma sina de aprendizado constante. Assim o chamo: decepção.
A primeira que tive foi com minha mãe, pois com apenas 5 anos me deixou em mãos desconhecidas, num local pouco iluminado, com gente tão pequena e chata quanto eu. Chamavam de colégio. Chorei todos os dias que ela me deixava lá, por uns 2 anos. É muita decepção!
Depois disso, as coisas só aumentaram e só pioraram. Passei a conhecer pessoas e as pessoas. Eram péssimas e pouco mudou até hoje. Mas nesse e entre tais momentos, o conceito de decepção mudou muito. Passou pelo abandono, pelo não entender, mas nunca deixou de ser o que sempre foi: um entendimento pessoal abstratíssimo! A decepção, quando não mata, ensina! Rimos disso!
A péssima recordação dos bons momentos... O ótimo esquecimento daquilo que lembramos... Difícil acompanhar? Eu sei, você é tão humano quanto eu, mas particularmente, não me interessa lhe explicar.
Voltando... a sala escura, gente chorando, uma pequena janela e uma porta nas costas. Queria algo, mas nem sabia o quê e nem lembro se queria, mas com toda certeza queria. Por que estar ali? O quê faziam lá? E aquela senhora que me banhava, dava comida, arrastava-me até aqui, onde estava? Decepção!
De lá pra cá... piorou muito mais que o que havia dito antes! Lutar contra as pessoas é dificílimo. É humanamente impossível derrotar todos, até porque somos nós os que mais nos decepcionam. Chega um tempo onde chorar e não entender não funciona mais. É necessário crescer, amadurecer e encarar o escuro e as pequenas janelas de frente!
O amadurecimento ensina que a decepção é passageira. Ele também nos diz que a decepção não existe. Sim, decepção não existe, é coisa de menino besta.
Com esse tempo e seu passar, torna-se imprescindível que aprendamos uma coisa: a decepção nem mata e nem ensina, ela apenas se transforma em maturidade. Com esse mesmo passar, vamos deixando as pessoas passarem, as coisas que elas fazem, passarem, os males que achamos tão inaceitável, passar; tudo passa e tudo passará.
Um mundo onde há decepção, é imaturo.
Assim como a decepção desaparece, o menino cresce e as janelas aumentam, a luz se expande a um nível que tudo é aprendizado! Maturidade é aprender que a decepção é aprendizado; tentativa e erro e acerto.
Mesmo que os começos sejam difíceis, nada é mais difícil que sofrer por coisas que ainda não entendemos. Onde existe o entendimento, há maturidade e percepção.
Ah, lembrei agora, a senhora voltou pra me buscar e até hoje está por aqui comigo, nunca me decepcionou.


domingo, 13 de outubro de 2019

Onde está o amor?

Quem dele usufruiu, mesmo que pouco,
Não estará distante quanto antes.
Nessas andanças, seus viajantes,
Padecerão cansados no coração louco.

E aqui, desfaço-me sem honra ou paz,
Naquilo que sou rico e querelante:
Sofrimento, mesmo que distante,
Nesse sentimento que não se desfaz.

Não será feito na água ou no vinagre,
Não haverá perfeita essência ou sabor,
Mas sofrido em cada lágrima contida:

A pausa, o suspiro, a voz endurecida
Pela causa maior que é sem dor,
Pois quem sem ele vive é milagre!

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

"Rápidardente"


Ferida, ferida, doída!
Ferida, ferida, vivida.
Ferida, ferida, vencida.
Ferida, ferida, feliz.

Querida, querida, sentida.
Querida, querida, obtida.
Querida, querida, sem vida.
Querida, querida, que fiz.

Falida, mal lida, vivia.
Contida, sem vida, pedia.
Feliz, terço e medo.

Dorso, corvo, nervo.
Osso, sorvo, devo?
Forço, torso, servo.

Colho, como? Sinto.
Digo, peço e minto.

Olho, perna e braço.
Tronco, tolho e faço!

Não leia, não creia, não sinta.

Se não vê sentido, permita.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O fundo do poço: o teclado está morrendo



Oh, moço teclado,
Tem um tempo que tento
O “ ” não tem estado
O “ ” também não.
Vou escrever como,
Se amo todos seus botões?

É uma fal a, fal a, fal a!
Dro a!!! Não vai! Não sai...
Vou tentar outras palavras
Outras em vão
Sou teimoso se me cravas
A raiva nos teus botões.

 Oje, não! Oje... desisto.
É impossível aceitar...
O traço também?
Que teclado é esse
Nem que traço tem?

Sem... sem... sem...
100 poesias perdidas
Sem noites convalescidas,
Oras e mais... Oras bolas!
Inoras, inoras...

Esqueci onde estava.
Pois onde é fala, fa la la
A imersão descritiva,
Procuremos opções
Nas fal as tentativas...