sábado, 16 de junho de 2012

Que país é esse?



Nossa vida é um espelho do mundo em que vivemos. Um microcosmo e uma pequena amostra seja ela de bondade ou de maldade. Minha vida é sabida por quem não me conhece e querida por quem sabe quem sou eu. Durante esses quases dois anos que estive na convivência de grandes amigos na faculdade, aprendi que não temos quase nenhum amigo de verdade.

Minha relação com meus colegas de sala é amórfica. Minha vida é, com eles, sem muita vivência, mas de muito aprendizado. Sou assim, distante. Sou assim, parado, quieto e educado. Sou professor e me julgo ensinante. Não estou em lugar algum para aprender se eu não quiser. Na faculdade eu pago para ser bem tratado! Não pelos corredores, portas, maçanetas ou espelhos, mas pelos funcionários, que de certa forma eu pago.

Quem não me conhece sabe quem sou eu. Imagina que ali, somos alunos e distantes, mas não, somos pagantes. Assim como em um ônibus; assim como em uma pizzaria, ou padaria; assim como em qualquer lugar onde existe essa relação de “eu preciso” e ”você me atende”. Não estou na faculdade, pagando, para ser maltratado. E não maltrato ninguém. Nunca. Jamais.

Meus colegas de sala sabem que sou eu, vulgo “Carlão”. “Esse bicho é doido”, diria um amigo.

“Você e suas coisas” diria outro. Mas nenhum deles seria capaz de dizer o sentimento pelo qual passei ontem em sala de aula.

Não sou um aluno que serviria de exemplo, mas sou um aluno exemplar. Não tenho vaidade de ser o melhor aluno ou o mais querido pelos professores. Poucos são os professores que merecem serem chamados de PROFESSORES. Mas os poucos bons professores que ostentam esse título, fazem-me esquecer dos ruins que não merecem serem chamados como tais. O melhor professor da instituição FCRS que eu conheço, também foi o que me faz pensar sobre qual o objetivo da faculdade de Direito; uma frase que ele disse logo na primeira aula do primeiro semestre: “Aqui não é o mundo lá de fora”. Aquilo foi transcendental.

Pensava eu que não poderia haver cura para o mal, sem usar o próprio mal como matéria prima. Não há como encontrar cura para algo que não tenha vindo dele próprio! Como eu poderia mudar o mundo sem olhar para dentro dele? Como poderia esquecer o mundo que me maltrata e me magoa? Iria viver aonde? Como eu disse, isso veio do professor que eu mais admiro na instituição; um cara que não faz chamada, mas que quer que deixamos nossa presença no mundo irreal! Ele está certo, pelo menos na visão irreal das coisas.

Eu sou melhor que qualquer pessoa daquela faculdade, pois é assim que certos professores me viram. Sentiram-se magoados ou tocados por alguém que eles achavam conhecer melhor do que ninguém! “Somos intocáveis e não aceitamos sermos contrariados”. Mas eu, “professor”, sou melhor do que o senhor, pois lhe tratei de forma justa e a luz da minha justiça. Justiça essa que eu conheço por educação.

Ontem enquanto eu esperava começar a prova (AP2) de Direitos Humanos, tentei não ficar em sala enquanto não fosse necessário. Só adentrei na sala quando já vinha o professor. Ele chegou, olhou pra mim e foi guardar suas coisas na mesa, lá na frente. Voltou e me perguntou o que eu fazia ali sentado, ocupando o espaço dos outros (pasmem!). Eu puxei fôlego e fui o mais breve e calmo possível, e disse que apenas esperava por fazer minha prova. Ele disse que não sabia pra que eu ia fazê-la, a prova, pois ele não abonaria minhas faltas. E eu perguntei se eu não tinha esse direito de fazê-la. Ele parou, olhou e disse que não fazia a menor diferença se eu ia fazer ou não...

O que eu poderia ter feito para tanto? Postei neste mesmo Facebook uma crítica a atuação do professor contra minha colega de sala. Colega essa, mãe e acima de tudo, minha estimadíssima amiga. No dia em que tentei defendê-la, ela estava errada, pois tentava “pescar” na prova dele. Ele não titubeou e arrancou de suas mãos o mundo irreal, trazendo-a ao mundo real. Eu pensei como poderia ser assim? Onde estão as liberdades e garantias do ser humano? Irônico, não? Onde está o direito do ser humano, estudante, em exercer sua função laboral? Eu só estudo, então minha profissão é ser estudante. Não aceito ser maltratado como fizeram com minha colega, que após o acontecido em sala de aula. Ela, nos jardins suspensos da FCRS, sucumbia em prantos naquele dia. Eu não poderia deixar assim. Ela errou? Sim. Mas não precisava passar pelo que passou. Aperto, pois a sala estava lotada, assim como ontem. Humilhação pública. Motivo de chacota. Não existia o crime de fraude em concursos (Lei 12.550/11) até dia desses, imagine o de fraude em prova de faculdade!

Estive olhando no sistema da FCRS minhas faltas e não tive faltas até o mês de março, e olha que foi a época em que eu mais faltei! O professor disse que eu poderia fazer a prova e que nada adiantaria, pois ele não abonaria minhas faltas. Eu não poderia ter ficado doente, ou qualquer outro tipo de problema? Por que ele veio logo dizendo isso, que não abonaria minhas faltas?

Quem é mais criminoso aqui? Eu claro, pois defendi os direitos do mundo real. Direitos esses os quais cresci e vivi vendo pessoas “intocáveis” usurpando-os de pessoas de menor valor humano. Eu estou e sempre estarei do lado mais fraco, pois é lá que me sinto pequeno e com a possibilidade de ver o quão grandioso é a obra de Deus. Enquanto, outras pessoas vivem em um mundo criado por eles mesmo. Em um mundo distante da realidade e do sofrimento de quem faz tudo isso acontecer.

Parabenizo-me e saúdo-me por ser quem sou: um amigo admirado e aclamado pelo silêncio dos corredores, dos quais espero jamais voltar.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Se estou certo ou errado, nem o tempo dirá.


Todos os dias deus dá e deus tira. Assim como o diabo faz e refaz. O diabo, claro, está sempre negativado em nossos acontecimentos ruins e a deus sobra "as vontades" divinas. Nunca quis entendê-los, pois não tenho pactos ou promessas a pagar. Preocupa-me, evidentemente, não irritar ninguém.

Claro que irritar não é a maior especialidade humana, já que a criatura não pode ser maior que o criador... Ou pode? Bom, criamos deuses. Alguém duvida?

Numa clara e evidente  realidade, divindades permeiam os pensamentos de bilhões! De alah pra cá, todos entram na seara divinas. Devemos a elas! Sério? Eu não devo nada, mas respeito e admiro quem deva. Não como poderia já que a fé remove montanhas e eu não consigo remover nem meus medos!

Santos? Milhares. Animais? Digníssimos! Ao que o homem não entende, dignifica; ao que o homem não concebe, santifica; ao que o homem destrói, endiabra. Eu não faço nem uma coisa nem outra, apenas vivo ou tento conviver com tudo que está por ai.

A fé é tão necessária quanto o pão de cada dia. Será? Somos tolos em brigar por "eles". Não existem além do nosso imaginário, eu poderia dizer. Nunca vi "o positivo" e muito menos "o negativo". Não os vejo por não acreditá-los, ou por não existirem, mas pelo simples motivo de não precisar que eles estejam na minha vida, como se servissem para explicar minhas glórias ou derrotas. O destino é minha culpa e a culpa não pode existir além de mim.

Alguém tem que ser o bode expiatório; em alguém temos que por a culpa, e em alguém temos que por a glória. Não podemos ser totalmente culpados? Não podemos ser totalmente glorificados? Claro que não, pois somos falhos, tolos e culpáveis! Não somos acreditáveis, assim como não somos preteridos a vencer sozinhos. São minha culpa minhas falhas, e não de “alguém”. Não espero compreensão dos meus fatos, até porque são quase tão comuns como a de tantos outros! Mas eu entendo aos que sofrem...

É difícil sofrer e não ter a quem recorrer ou culpar. Já imaginou uma vela queimando e iluminando um ambiente vazio? De que adianta existir e cumprir suas tarefas se não podemos ser especiais; servi pra alguma coisa.

Sempre precisei criar meus próprios deuses, fazendo-os improváveis e desumanos. Eu não pensava ser igual aos que precisavam de divindades coletivas; tornara-me especialmente alocado, preso e “estranho” a tudo.

Mas um dia nada aconteceu. Não tive visões, mas tive várias ocasiões. Não procurei as montanhas para refletir sobre a vida; minha vida sempre refletiu quem fui e quem serei, pois no agora não sou nada, assim como ninguém é.

Alguns preferem depender dos deuses para sofrer melhor; outros acusam um ser endiabrado por não viverem melhor. E enquanto deus, o diabo e seus criados-criadores lutam desesperadamente, eu vou por aqui à margem de tudo que não posso entender ou conviver. Se estou certo ou errado, nem o tempo dirá.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Falam por falar.






Já ouvi falar sobre flores.

Nem conto mais com suas dores.

Já escrevi minhas árvores, derrubei meus livros

E descobri que nada sei.

Não era pra ser assim, de tempos em tempos?

Uma refazenda?!

Nem sei o que é isso;

É mistura de bicho? É "fulô"?



Já contei milhares de espinhos

E com eles senti meu cheiro.

Já preparei a "mudança", esqueci da "mundiça"

E ainda não cheguei.

Onde que era mesmo, à vaga lembrança?

Melhor que a encomenda,

Interesse diverso...

Mas o que eu queria mesmo

Era ser livre como meus versos!



Neles eu esqueço, lembro e converso!

Não importa se são simples ou complexos.

Se terminam com “ão”, então,

Como os começo?

Não os meço,

Nem os impeço.

Endereço

A todo vivente.



Tornam-se gente e alegorias...

Fantasias, isso!

É um vício, um mar pendente!

Um luar vira dor e a dor latente.

Mas não. Não posso ser livre, assim.

Tudo tem seu por que,

Mas não encontro o porquê de tudo.



Convivo com incapazes

E deles depende minha sanidade.

Deixam saudade.

Falam a verdades.

Dizem palavras mesquinhas.

E eu escolhendo as minhas...



Neles eu esqueço, lembro e fico perverso.

Não me interesso,

Nem me adianto.

O ser humano é doce

E doce mata.

Assim como sal conserva

E a água desmancha.



Não dependo mais deles,

Eles são chatos...

Ingratos!

Perdidos!

Tornam-se gente e são minhas alegrias...

E tristezas e melancolias...



Não há razão para falar mais,

Por isso eu poderia só escrever.

Poderia, mas não faço.

Queria, mas não posso.

Faria, mas não devo.

Seria, e sou.