quarta-feira, 6 de junho de 2012

Falam por falar.






Já ouvi falar sobre flores.

Nem conto mais com suas dores.

Já escrevi minhas árvores, derrubei meus livros

E descobri que nada sei.

Não era pra ser assim, de tempos em tempos?

Uma refazenda?!

Nem sei o que é isso;

É mistura de bicho? É "fulô"?



Já contei milhares de espinhos

E com eles senti meu cheiro.

Já preparei a "mudança", esqueci da "mundiça"

E ainda não cheguei.

Onde que era mesmo, à vaga lembrança?

Melhor que a encomenda,

Interesse diverso...

Mas o que eu queria mesmo

Era ser livre como meus versos!



Neles eu esqueço, lembro e converso!

Não importa se são simples ou complexos.

Se terminam com “ão”, então,

Como os começo?

Não os meço,

Nem os impeço.

Endereço

A todo vivente.



Tornam-se gente e alegorias...

Fantasias, isso!

É um vício, um mar pendente!

Um luar vira dor e a dor latente.

Mas não. Não posso ser livre, assim.

Tudo tem seu por que,

Mas não encontro o porquê de tudo.



Convivo com incapazes

E deles depende minha sanidade.

Deixam saudade.

Falam a verdades.

Dizem palavras mesquinhas.

E eu escolhendo as minhas...



Neles eu esqueço, lembro e fico perverso.

Não me interesso,

Nem me adianto.

O ser humano é doce

E doce mata.

Assim como sal conserva

E a água desmancha.



Não dependo mais deles,

Eles são chatos...

Ingratos!

Perdidos!

Tornam-se gente e são minhas alegrias...

E tristezas e melancolias...



Não há razão para falar mais,

Por isso eu poderia só escrever.

Poderia, mas não faço.

Queria, mas não posso.

Faria, mas não devo.

Seria, e sou.

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