segunda-feira, 24 de abril de 2023

Fatoração


 

No mundo de hoje, é quase impossível não saber o significado de uma palavra ou expressão. Fatorar, na matemática, é uma série de divisões de um número; claro que posto de uma forma bem simplória! Até porque, matemática é de longe meu fraco!

 

Mas, mesmo assim, os problemas, tanto matemáticos quanto aqueles que a vida nos proporciona...ah, um belo parêntese aqui: a vida não se importa com as nossas circunstâncias! Frase mais que dita, sentida...voltando em 3,2,1... a vida nos dá oportunidade ou de continuarmos errando a fatoração dos problemas ou chegar a um denominado comum.

 

Costumo ver os problemas assim: identifico, racionalizo e fatoro. Dividir os problemas é a forma mais eficiente de atacá-los. Os problemas têm essa fraqueza existencial, pois são incapazes de resistir a uma mente equilibrada e sabedora daquilo que quer. Até porque, nada resiste a uma mente constante e equilibrada. Evidentemente, depende do tipo de constância a qual estamos nos referindo e ainda mais ao tipo de equilíbrio ao qual estamos expostos.

 

Ao fatorarmos os problemas, olhamos para o âmago de seu ser e nos apoderamos daquilo que nos antes era fraqueza. Aprendi, as duras penas, que só existe um alguém importante na nossa vida, e este somos apenas nós mesmos. Algo que sempre falo: se não existirmos, fisicamente, o que mais existe?

 

Há em nossa mente, na parte anterior do lóbulo frontal, uma região que nos faz refletir sobre o que estamos a pensar, sentir e afins. É como e quando olhamos para o que estamos pensando. É tipo aquela conversa consigo mesmo, tipo: por que estou pensando tanto nisso ou porque pensei nisso? Serei um monstro?

 

Não! Por sermos conscientes da nossa consciência, refratários de nosso destino, aqui, no sentido de sermos rebeldes, continuamos numa busca cada vez mais profunda, rumo a um desconhecido chamado nós. Não seria por isso, então, que a humanidade anda tão doente? Talvez tenhamos nos esquecidos que devemos servir ao senhor nós mesmos.

 

É isto, simples assim? Seremos nós apenas por nós mesmo? Jamais! É o que sempre diz o excelente Wesley Barbosa: somos mamíferos e como mamíferos, vivemos em bando. Ninguém é uma ilha e aqui, como todo tolo, morre a certeza. Não existe certezas ou coisas certas. Nos números também não existe algo absoluto, pois tudo é relativo a algo.

 

Divaguei, eu sei, mas divagar é preciso, é preciso e devagar. Nesse jogo de palavras, as frases se amontoam e entoam aquilo que mal consigo prever...começamos pelos problemas e terminamos pelas soluções. Tudo aquilo que nos é custoso, abandonar ou abraçar, é necessário para o nosso crescimento.

 

A reflexão faz parte da nossa vida. E, ao refletirmos diante da nossa miséria, ao sentarmos lado a lado com nossos problemas, olhando para eles de fora e um pouco mais de distância, veremos que eles não são tão grandes, feios e doídos como nos parecem.

 

Algo que carrego comigo desde hoje: um covarde diria “o que os olhos não vêm, o coração não sente”. Eis que me recuso a sentar lado a lado com um covarde! Problemas velhos não trazem novas soluções, pois a mais simples esperança de melhorarmos como seres humanos, vem da atitude de não aceitar as migalhas que caem da mesa, pois se há migalhas, há alguém comendo o pão.