segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mulher,

Andei pensado em suas flores,
E seus espinhos que me matam.
Matam com e cem mil dores!
Matam,e não só apenas matam.

Mentem, pois querem rir de mim!
Sofrem, ao achar melhor assim.
Beijam e com seu suor meticuloso
Enganam num falso gozo...

Como é que se chama isso?
Verdade?! A sua é falsa.
A minha é dolorida.
É tortura, é dor ferida.

É suor de trabalho perdido
É mais que um amor esquecido!
É figura insistente e malvada.

Se queres mesmo ser amada,
Vai procurar noutro jardim,
Já que o amor, pra mim, é rosa,
É suor envolvente

E não apenas uma dor mentirosa
Que todas contam pra gente.

sábado, 14 de agosto de 2010

Solares.

Nunca pude velejar:
Não tinha sol não tinha mar,
Nem vinha vento, nem vinha gente...
Nem amor, chovido, tinha em frente
Seguir, e permanecer me olhando
No espelho da água, viva!
Será o mar? Serei eu o vento?
Não vou passar em esquecimento.
E nem cair em desuso?
É meu o sol e ele lá.
É meu o sol e ele cá.
É meu mar! É meu o mar!
Vem me roubar.
Tirar do esquecimento!
Vem me levar pra perto d’onde está!
Vem, meu desaguar,
Matar minha sede...
Não tinha vento e nem gente vinha,
Pois eu quis olhar a vida
Sem que ele pudesse me olhar.
Não tinha sol, nem sol conhecia,
Pois eu quis secar o mar
Com o sol do acontecia.