sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Cadeado

Há uma ponte, bem distante, 
Cheia de cadeados nela. 
As pessoas lá com belas
Vãs Palavras como antes.

Lembram, choram e divagam. 
Ouvem gemidos longos e gritos
Fazem promessas e ritos
Querem ser felizes e se calam.

Nessa náusea por estar suspenso
Numa realidade sem igual
Achamos ser aquilo, como tal

E talvez não seja nada demais. 
Mesmo isto não sendo, 
e quem chora eu entendo
Implora, se perde, mas se ergue

A tempo, a todo tempo, 
jamais desiste. Insiste! 
Persegue a felicidade
Nessa ou em outra ponte
Que é a fonte para a calamidade. 

Não é o cadeado que te prende
Nem a fuga que nos cala,
Pois acredite, quem mais entende,
De sofrer, é quem vos fala.