domingo, 28 de dezembro de 2014

A democracia periclitante!

Dos únicos que tenho, o dom da oratória não é um deles. Parlar, para lamentar, sim, esse dom eu tenho! E o que dizer de quem é "desavergonhado", que tem essa oportunidade dada pelo povo? Bom, ninguém aproveita, é incrível!

É tenebroso, ainda mais, nosso futuro! De um dia para o outro, parlamentares mudam de opinião. Quem antes ruim, agora maravilhoso. Quem antes orgulhoso, agora envergonhado. Defensores do povo! Milhares! Todos juntos numa só voz. Mas na hora da que o bicho pega... "Onde está me patrão?"

O mais incrível é a falta de teoria, pois a prática implica em crime. "Comprar" um nobre parlamentar é fácil, pois se paga com dinheiro que não é de quem compra. Ou seja, imoralidade! Num país sério, ridículo.

Mas há quem ache normal, e eu acho. É obscuro, mas é cultural. Quem não conhece algum caso?
Pena que vivemos num país de ignorantes, onde as leis são belas paisagens, pintadas com a tinta da impunidade e da amoralidade. Faz-se um criminoso, muito mais pela impunidade, do que pela falta das leis

Os nossos políticos, alguém se atreve a excetuar?, são o que são: fantoches dos próprios interesses. Sendo como a única forma de persuadi-los, é não votar em quem se vende. Até porque, o povo ainda é o patrão dos políticos, mesmo aqueles tendo pouca instrução para "patronar".

domingo, 7 de dezembro de 2014

Um caso a se pensar...


E em rápidas olhadas na última sessão da câmara, sexta, que não era 13, pode-se notar um verdadeiro turbilhão de mensagens subliminares e outras tantas mais diretas. Na parte “mensagens subliminares”, entendam “piadas”, pois subliminar requer um pouco de inteligência.  Mas algo me chamou bastante atenção, que foi a participação da divina evocação do imponderável: "bondade" dos nossos políticos.
Quixadá se situa no Brasil, mais precisamente no Ceará. Acredite, após tanto “mim”, essa explicação é devida. A política daqui é igual à política de qualquer local do país: conchavos, acordos e trocas. Quando surge alguém querendo fazer algo pelo povo... "Compra, pra não dar trabalho mais tarde".
Eu mesmo não me preocupo muito com a sociedade. Nunca doei sangue, nunca participei de manifestações, nem recolhei bichos pelas ruas, ou garrafas PET e muito menos fui ler livros em escolas, creches ou asilos. Ou seja, eu sou um cidadão praticamente imprestável.
Dentro disso, vejo intermináveis discussões sobre quem é culpado e quem não é inocente. "No Brasil é assim!", "Em Quixadá não é diferente". "Mas aqui perto é assado!"... A Suíça não é tão longe, também...
Então, a culpa é do eleitor ou do eleito? A culpa é demográfica ou social? A culpa é dos incapazes ou dos incapacitantes? A culpa não é de quem esteve ou de quem está, isso eu sei.
Talvez a culpa seja minha, por acreditar que os políticos vão mudar. Eles, assim como nós, mudamos quando o interesse, em mudar, é um benefício irresistível. Ou não é?
A política é a unanimidade do interesse. O povo, esse, aquele ou qualquer outro, paga pela própria ignorância, quando deixa ser levado pela voz do interesse próprio.



“Como nenhum político acredita no que diz, 
fica sempre surpreso ao ver que os outros 
acreditam nele”.


Charles de Gaulle

sábado, 22 de novembro de 2014

O brilho da escuridão.


Enquanto o amor for desagrado,
numa humanidade sem coração,
falaremos, mesmo que lado a lado,
sobre desprezo e perdão.

E nesse sofrer tão refinado
de pérolas vis e lamentação,
os "porcos" hão de estar errados
de achar a dor é especulação.

a luz encosta à pele queima
o sonho acorda na madrugada
e o que temos ainda reina
sob a proteção enclausurada.

E nessa fonte onipresente
de desgraça e ostentação
nossa história,inconsciente,
fará jus a indignação.

Não há luz, nem rio corrente
apenas sons de algo distante
e sim, quero sentir contente
o amor que brota como antes.

mas mesmo sendo impossível
do amor renascer livremente
não posso esquecer o quão incrível
é amar alguém entre tanta gente.

não acredito na humanidade
e nem dela quero sequer o perdão
são "santos" em suas verdades
e pecadores em seu porão.
Democracia, uma teoria de muitas práticas e sem amor de parte alguma.


Reza a lenda que os poderes são harmônicos e independentes entre si, sendo que a cada um é conferido uma função específica, algo que lhe caracteriza. Mas nada impede os poderes de exercerem outros afins.
Sendo assim, o Legislativo legisla e fiscaliza; o judiciário julga e o executivo executa aquilo que a lei o direciona a fazer.
Não obstante, em fracas democracias como a nossa, os poderes são muito relapsos no que diz respeito as suas funções.
O executivo, por exemplo, que deveria executar as ordens da lei orçamentária, transita entre o interesse governamental e pessoal. Executa, então, ao “entendimento”, ou melhor, ao velho e bom fisiologismo, que nada mais é do que a prática política voltada para o interesse e proveito personalizados do praticante, mercê de atos de prevaricação e corrupção ou afins!
Já o judiciário, vez por outra se trai em vendas de sentenças, morosidade ou até mesmo o aparelhamento de suas decisões, por meio de agente indicados pelo executivo, para lhes dar o salvo conduto à liberdade daquilo julgado.
O legislativo é um caso a parte. Dele vem a maior de todas as promiscuidades. Nele surge o troca-troca. O favorecimento. A falcatrua. As indicações. O clientelismo. No legislativo, facilmente os ruins viram bons. Basta uma indicação e pronto! Tudo passa e tudo passará! É tipo um milagre, a própria transformação da água em vinho.
Para o legislativo, fiscalizar, num país corrupto como o nosso, deveria ser mais importante do que legislar, pois se o judiciário não julga e o executivo só executa o que lhe convém, nada mais poético do que exercer a fiscalização, salvando os pobres e oprimidos cidadãos, das mãos incautas dos corruptos e corruptores...
O legislativo é a casa do povo. Ninguém quer na sua casa uma pessoa que lhe trai! Assim sendo, cabe ao povo subtrair os ruins e multiplicar os bons. É fácil, é simples e é legal! Se cada um fizer sua parte, fiscalizando o empenho e principalmente, vendo qual rumo o legislador prefere, se é o interesse do povo ou se é o seu próprio interesse, não existiria executivo corrupto e nem judiciário moroso, pois é na inveja que o homem prospera.

Numa sociedade sã e atenta, louco é quem tenta enganá-la. 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A diferença entre os líderes.


Basicamente, líderes são obstinados. Tem seus capachos, seus inimigos e os "seus", conhecidamente intocáveis. A obstinação do líder vem de sua vontade de fazer aquilo que é preciso. O líder é obstinado pela liderança; ama aquilo que faz; mata e morre com os "seus".
Até aqui, falo Do Líder. Falo No Líder.
Já um líder e não O líder, é e pode ser qualquer um. Pode ser alguém que vai passando ou alguém que logo passa. Um líder é tão genericamente esquecido quanto aqueles que ele lidera. Um líder passa, O líder é eterno.
Os nossos país nos são Os líderes. Deles tiramos as primeiras conclusões sobre tudo. Eles nos ensinam por onde andar e como não sermos derrotados pela vida.
Nossos amigos são "um líder", em sua maioria. Quase todos passam, de tempos em tempo eles mudam.
Mas entre todos esses entes e entidades amigáveis, todos eles tem algo em comum: ninguém é para sempre.
Nenhum líder é eterno. Líderes são cíclicos. Líderes fracos morrem à própria sombra. Líderes fortes são guerreiros, gostam de sentir o "sangue" na ponta da lança. O verdadeiro líder é como um pai, protege e ama sua prole; não se faz de vencido, pois ele é invencível.
O liderado é adorador do verdadeiro líder. Presta-lhe eternas homenagens; ama-o indefinidamente.
Dificilmente vemos tantos ou até mesmo algum líder verdadeiro. O mundo está muito fraco de lideres. Temos várias lideranças, mas quase nenhuma confiança nelas. Muitas mudanças matam uma liderança. Mesmo as decisões sendo cíclicas, o que une a coletividade é a certeza de poder contar com o poder central, seja ele de onde vier e o que signifique.
Uma coisa que aprendi com tudo que já vi e escutei dos líderes: nunca confie em quem te trai uma vez. Confiança não é algo que aceite existir sob a sombra da reincidência.
O verdadeiro líder não precisa se preocupar com seus capachos. Já o líder fraco, deveria se preocupar com os "seus". Uma formiga não é nada, mas uma, duas ou três, podem acabar incomodando muito.



quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A morte por decreto.



O poder público não pode ser lacônico; pelo contrário, deve ser completo e vetorial. Aos representantes do povo, cabe ressarcir o povo pelo voto que lhe foi confiado. É como um grande pastoril, onde a coletividade, interessada e atenta, tivesse em seus representantes a verdadeira sombra, boa, e a água do saber coletivo.
Mas infelizmente o estado representativo não tem o temor que um déspota tem. O rei tem medo de seus súditos, então os massacra; os mata; os põe a ferro e fogo! Mas o rei não pode temer a morte pela opinião. O rei deve temer a morte por inanição. Um verdadeiro rei comanda ao som da sua vontade e não dá vontade de não morrer. E este tempo é tão diferente dos de hoje?
As pessoas comuns são como formigas: pequenas, trabalhadores, adoradoras, andam em fila, silentes e nunca param pra pensar. Quando acossadas, se espalham, tentam fugir; quando pisadas, morrem ou picam para morrer.
Os cidadãos comuns não tem a prerrogativa de viver em harmonia; os poderes sim, pois necessitam disso para que não ultrapassem o poder do outro, não criando, para si, os conflitos que os cidadãos tem uns com os outros. Deveriam, não por existirem assim, criar condições para um futuro melhor. Mas essa não é a realidade.
Entre tantos "Ruins", existe o maior mal de uma sociedade: não saber quem é, pra onde vai e como lá chegar. Mesmo os poderes públicos coexistindo para a manutenção da ordem social, não se completam, pois nada é feito para funcionar servindo o amanhã. Tudo é feito baseado no hoje.
Os sistemas que levam uma sociedade à ruína são básicos: pão, circo e uma pitada de interesse. O povo é pastoril, como antes dito. O povo quer defeitos para reclamar e soluções para o agora. As pessoas não se importam com daqui a vinte anos, como estarão ou como ficarão. Não existe velhice e nem tempos ruins.
Trazendo tudo isso para nossa cidade, esquecemos de onde vivíamos e como. A cidade era pacata, boêmia. Não se ouvia falar em crimes por dívidas de droga, pois a única droga, "lança-perfume", era habitualmente e preferencialmente consumida, nos carnavais da vida.
Hoje o dia a dia mata e está muito mais relacionado com a desordem social vivida, do que as fracas mentes podem sorver, literalmente. Vivenciamos a boemia da pior forma possível, pois o som alto dos carros, evidencia o quanto queremos conversar.
Uma cidade que diz que menores podem ir calmamente às festas, é no mínino imbecil, pois algum palhaço ri em achar que alguém vai pra festa para não beber? Querem beber, fumar, fuder e outras coisas mais?! Que façam sem a anuência do poder público. Mais uma vez: o poder público deveria pelo menos fingir que se importa com o amanhã.  Porque o agora é "correr contra o tempo, porque a festa é sábado". Durma-se com um barulho desses!
Diversão é muito bom. Conhecer pessoas novas, beijar, amar e quem sabe ter algo mais sério. Não há nada contra isso, pelo contrário, há tudo a favor, desde que seja saudável. Uma cidade é bonita quando é bem cuidada, tem organização. Uma cidade organizada torna-se referência; torna-se ícone. Uma cidade diferenciada não é igual às outras! Claro, mas parece que não!
Hoje o amor quixadaense é feito nos motéis e não nas calçadas, de cadeirinha. Não existe mais o glamuor da conquista e nem a emoção de "sair escondido do pai ciumento"; hoje é banal e muito mais que isso, o amor morreu para muitos...
O Açude Cedro era o recanto do final de semana. Era o cartão postal cravado na vida do cidadão quixadaense. Lá era o local de beber todas e mais um pouco. Os clubes, como a AABB, Comercial e Balneário eram esfinges de uma sociedade PACATA. E o que são hoje, tais clubes? Pensem.
Um ato tomado pelo poder representativo do povo, não pode ser tomado por "falei com o fulano"; os poderes, mesmo podres, deveriam pelo menos fazer de conta que se importam com o amanhã... Mas Quixadá tem história e muitas outras histórias pra contar. Felizmente!
Antes éramos a cidade (dos que conheci e conheço) do Aziz Baquit, do Dr. Mesquita, do Dr. Everardo Silveira, do João Eudes Costa, do Dom Adélio; do imponente Banco do Brasil, do Nordeste, do BEC, da Maternidade, do colégio das irmãs, do GVA, dos campeões no Futsal, do Manel Bananeira, do Negão Eduardo, do bar do campina, do bar da estação, do Avante, das Barbearias... E hoje somos a cidade de quem mesmo? Qual é o nosso "point"?
Uma sociedade tem que evoluir para frente e não o contrário. Quixadá segue rumo ao esquecimento. Dá passos largos rumo a ser mais uma cidade sem história. Daqui a 20 anos lembraremos de quê?
Quando se caminha pelo caminho comum, nada é mais que nada; não existe surpresa, nem descoberta; é a morte do conhecimento.
As mentes que ontem bebiam, eram as que andavam pelo conhecimento, mentes esclarecidas e estudiosas. As de hoje? Deus tenha piedade dessa cidade, pois nem só de lixo viverá o homem...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Irracionalidade.


Diferentemente da verdade,
a maioria das palavras choram necessidade.
é um pouco de tudo, é de tudo um pouco,
é um grito calado é um sentimento louco.

E nessa ponta, a nossa conta,
faz pensar tudo aquilo que o mundo nos apronta,
certas maldades, certos anseios,
acreditar que as idas são em nós meros passeios.

mas é assim, tudo em mim
é um colo calado, um pensamento ruim.
sem se entregar, sem perceber
que vamos caminhando nessa lida entre eu e você.

falo cantando, ouço sorrindo
e enquanto vamos caminhando está todo mundo indo
para sobra, para a vida
para tudo! mas continua eu com essa ferida.

daquele passado, daquilo passado
de todos os caminhos certos que viraram errados.
nos acompanham, influenciam,
contam nossa história, enquanto todos riam.

riam de mim, riam dos fins
mas os meios continuam a me justificar assim.
entre-cortados, inteligentes
falam demais e acham que entendem a mente

de quem não pensa, de quem não fala
de quem espera  oportunidade da última bala,
que não é doce, nem de espinho
é um sonho pesado, vívido, louco e sozinho.

do que falo? sobre o que digo?
é algo tão complexo quanto antigo.
é um devaneio, um sentimento
é algo indescritível que mora por dentro.

e que nunca sai, não passeia.
é um fervor abissal que me permeia
me faz realizar, me faz estremecer,
quando penso que existem pessoas sem merecer

o meu bom dia, o meu recato
pois tudo nessa vida parece briga de cão e gato.

e aqui termino, sem muita aflição,
imaginando qual será a minha condição
de continuar, de me compreender
tudo aquilo que não tenho e que posso perder.

vai entender? jamais!
vai me ouvir? não mais!
já tenho todos os motivos pra ficar em paz.

Vai parar? por mim!
vai querer? o fim!
e assim vamos andando nesse tempo ruim.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O que vem a ser...

...felicidade?
Tão aclamada, cantada e aplaudida!
Tão amada, declamada e sentida!
Robusta, sonhadora ou regozijada
é o que temos, se a não temos,
dizemos sermos nada!

A felicidade não é poesia barata. Não se compra com flores, nem se presenteia com ouro. Ursos, chocolates, enfeites, adereços, viagens e lembranças... Há esperanças para encontrarmos a eterna felicidade?
Dizem que ela está naquele amor... Mas se ele lhe causa dor... Finado!
E assim, estar simplesmente ai do lado, faz-nos esquecer de tudo ruim!
"Ah, amor... tantas duvidas nessa nossa vida, não há certeza mais querida, do que tê-la, amor..."
Nesse disparate de sensações, como um tijolo sendo colocado, "sentamos" na beleza e na nossa mesquinhez, os sentimentos e nossas necessidades.
"Não há dinheiro que pague, nem tempo que apague..."
Mas a vida, revolucionária, mata a felicidade com assombrosa rapidez!
Desfaçatez?! Para quê? E assim, mais um amor passa e leva consigo a felicidade.
Mas em teoria, pois a prática é complicada, dividimos nossa "expectativa" com a pessoa amada. E a felicidade? Tenha calma...
Felicidade eterna só existe dentro de nós. Quando nos sentimos felizes, estamos praticando-a e disseminando-a. Mesmo que choremos com os que partem, ou que nos deixem, quando somos felizes com o que somos, nada nem ninguém pode tocar a felicidade.
Felicidade é o que somos.
Se somos felizes em fazer o bem... Se somos felizes em amar... Se somos felizes com o que temos... Se somos felizes, assim seremos!
"Felicidade vem de dentro..." Quem nunca escutou falar? Felicidade em ajudar ou destruir... Tudo é possível, pois a felicidade é individual.
Eu, como escrevo sobre o que não sinto e sinto o que não posso escrever, admiro que é feliz por ser o que é. Tento ajudar a felicidade dos outros sendo o que sou.

Seja feliz.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Há dias em que o coração pararia...


E assim, incerto pela certeza,
incrédulo pelo oculto,
não cessa o insulto,
nem passa a malvadeza.

Essas pessoas que tanto
correm pelos "corredores",
são belos malfeitores
que estigam o pranto.

E eu, inerte no meu canto,
passeio entre as lamúrias
sem odes nem luxúrias,
apenas observando:

O passar do tempo,
vendo o tempo passar.
passeando por aqui,

nem ali,
nem aqui,
nem lá.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Da série " Falarei enquanto a bateria durar".


Rapaz, como diria minha vó: " O mundo dá voltas". Dificilmente veremos outra coisa neste mundo além das injustiças. Por mais incrível que nos pareça, as mais cotidianas injustiças nos são auto-infligidas. Mas não é, como disse minha vó, por falta de avisos. Também não é por falta de amigos ou da família.
Quem não nunca... Quem até então, jamais! O jogo de palavras se ata e se desconexa, mas nenhuma lei da vida é tão importante quanto esta: O mundo dá voltas, e nessas voltas, podemos sorrir ou chorar.
Lá do alto monte, da sombra do carvalho, o mestre dos "mestres" pensa que seus discípulos são ridicularmente manipuláveis; compráveis. "Suas mentes são meu cofre, que apenas deposito minhas ideias..." Mal sabe o "mestre" qual o maior sonho do oprimido; mal sabe o "mestre" que o oprimido verá o mundo passando, dando voltas e mais voltas, até chegar a sua vez. Ao discípulo é necessária a paciência, pois ele um dia almeja ser mestre.
Nessas voltas da vida as palavras e as atitudes são consonantes, dizem-nos por onde ir, quando e como chegar. Mas chegar a quê? Vingança? Deliberadamente. A vingança (adivinhem!) é um prato que se come frio. E neste frio o tempo para, mas o mundo continua girando... Cada vez mais rápido... Cada vez mais deliberadamente.
Mas temos que aprender que além da arte da paciência, precisamos ter a arte da indulgência, mas só enquanto o mundo gira. 
Muitos estarão ao teu lado, poucos lutaram contigo e ninguém, além de você, morrerá por sua causa. Indultar é absorver para depois. É humanamente aguentar enquanto o mundo gira. Indultar é o prego na alma e a certeza do esquecimento, mas jamais o "aceitar".
Toda hora é chegada quando hora nenhuma é a espera certa. Quanto mais pensarem serem mestres da injustiça, mais destas estarão cometendo. Quanto mais girar o tempo, mais o exército dos injustiçados cresce. Quanto mais mercenários contratarem para lutar sua batalha, mais inimigos estarão ao teu lado... Quando olhares ao lado, vazio e solitário...
Quando olhares o mestre caído e ao lado dele apenas o carvalho duro, diga-lhe: " Sentas neste tronco, mestre, pois teu único ensinamento foi se fuder". 
Mas na casa quem manda é meu vô. É dele o ensinamento: " O que peia e dinheiro não resolver, é porque foi pouco". Pena que sempre fui péssimo em obedecer. Não acredito no perdão, pois só desculpo. Não aceito a humilhação, pois só me vingo. Não tenho mestre, mas respeito o inimigo, pois é nele que miro...