sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ponto Final.

São teus olhos: Eles não me deixam...
Não me deixam dormir,
Não me deixam sonhar
Não me deixam sorrir,
Brilham como se quisessem mostrar:
O revés, a lembrança
Da vida como está.

É teu cheiro;
É teu acaso; é teu amor:
Indescritivelmente imperfeito
Nas ruas, nas nuvens, no ar rarefeito
Tomas até o que não tenho.
Colhendo a beleza, deixando a dor.

E assim é que venho
És tudo que tive!
Triste, pensativo; um bobo enjaulado
Esperando um bilhete,
Um aceno, um recado.

Da tua boca vermelha
Do teu corpo despido
Que me lembra castigo
De um quem sabe jamais revê-lo.

Antes fora sonho, hoje é pesadelo.
E em dias ruins, como o de agora,
Quem sorria como eu, chora.

O que existia padeceu
Sendo difícil aceitar
Que o amor morreu.