sábado, 22 de novembro de 2014

O brilho da escuridão.


Enquanto o amor for desagrado,
numa humanidade sem coração,
falaremos, mesmo que lado a lado,
sobre desprezo e perdão.

E nesse sofrer tão refinado
de pérolas vis e lamentação,
os "porcos" hão de estar errados
de achar a dor é especulação.

a luz encosta à pele queima
o sonho acorda na madrugada
e o que temos ainda reina
sob a proteção enclausurada.

E nessa fonte onipresente
de desgraça e ostentação
nossa história,inconsciente,
fará jus a indignação.

Não há luz, nem rio corrente
apenas sons de algo distante
e sim, quero sentir contente
o amor que brota como antes.

mas mesmo sendo impossível
do amor renascer livremente
não posso esquecer o quão incrível
é amar alguém entre tanta gente.

não acredito na humanidade
e nem dela quero sequer o perdão
são "santos" em suas verdades
e pecadores em seu porão.
Democracia, uma teoria de muitas práticas e sem amor de parte alguma.


Reza a lenda que os poderes são harmônicos e independentes entre si, sendo que a cada um é conferido uma função específica, algo que lhe caracteriza. Mas nada impede os poderes de exercerem outros afins.
Sendo assim, o Legislativo legisla e fiscaliza; o judiciário julga e o executivo executa aquilo que a lei o direciona a fazer.
Não obstante, em fracas democracias como a nossa, os poderes são muito relapsos no que diz respeito as suas funções.
O executivo, por exemplo, que deveria executar as ordens da lei orçamentária, transita entre o interesse governamental e pessoal. Executa, então, ao “entendimento”, ou melhor, ao velho e bom fisiologismo, que nada mais é do que a prática política voltada para o interesse e proveito personalizados do praticante, mercê de atos de prevaricação e corrupção ou afins!
Já o judiciário, vez por outra se trai em vendas de sentenças, morosidade ou até mesmo o aparelhamento de suas decisões, por meio de agente indicados pelo executivo, para lhes dar o salvo conduto à liberdade daquilo julgado.
O legislativo é um caso a parte. Dele vem a maior de todas as promiscuidades. Nele surge o troca-troca. O favorecimento. A falcatrua. As indicações. O clientelismo. No legislativo, facilmente os ruins viram bons. Basta uma indicação e pronto! Tudo passa e tudo passará! É tipo um milagre, a própria transformação da água em vinho.
Para o legislativo, fiscalizar, num país corrupto como o nosso, deveria ser mais importante do que legislar, pois se o judiciário não julga e o executivo só executa o que lhe convém, nada mais poético do que exercer a fiscalização, salvando os pobres e oprimidos cidadãos, das mãos incautas dos corruptos e corruptores...
O legislativo é a casa do povo. Ninguém quer na sua casa uma pessoa que lhe trai! Assim sendo, cabe ao povo subtrair os ruins e multiplicar os bons. É fácil, é simples e é legal! Se cada um fizer sua parte, fiscalizando o empenho e principalmente, vendo qual rumo o legislador prefere, se é o interesse do povo ou se é o seu próprio interesse, não existiria executivo corrupto e nem judiciário moroso, pois é na inveja que o homem prospera.

Numa sociedade sã e atenta, louco é quem tenta enganá-la.