quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

A vitória da mulher



Raramente costumo sair de casa, principalmente a noite. Mas quando saio, minha percepção vai a mil! Vejo tudo, percebo tudo; sou capaz de lembrar de detalhes inimagináveis... das pessoas e de seus padrões, por vezes, burros e burros.
Ontem, em uma dessas idas pelas ruas, já voltando para casa, vi uma moça tão bela... meu espelho nunca me disse que eu era belo. Já ouvi relatos do meu pouco charme, da minha personalidade estranha, mas sempre, sempre fui um admirador contumaz da beleza feminina.
Quem assiste aqueles filmes de suspense, onde o psicopata observa suas vítimas, talvez tenha a noção de admiração deturpada.
O homem, enquanto hétero, vê a mulher como algo a ser conquistado, “comido”; é literalmente um troféu a mais para sua estante. É ligar, mandar mensagem, insistir até que o erro aconteça e normalmente, ele acontece. Em muitas mentes mais fracas, não que a do homem comum seja forte, essa “batida” na mesma tecla, dia após dia, deixa a mulher frágil; é como se a amolecêssemos para usufruir de seus atributos.
Um colega meu diz assim: “É feia”. Eu digo, quem não gosta, encontra qualquer defeito. Sou fã da beleza feminina... já disse isso? Mesmo assim, não posso deixar de voltar ao assunto: o quanto elas se desvalorizam. A minha visão de mulher é dicotômica, cabendo o lado materno e puro, na mesma estante do lado sexy, vulgar e amorosa. Adjetivos eu teria milhares e pouquíssimos seriam negativos.
A mulher, para mim, é perfeita, não há o que contestar. Se existe um deus e Ele fez todas as coisas, a história bíblica está errada. A mulher sendo o pecado do homem? A mulher é o mundo e tudo aquilo que o rodeia; para a humanidade, ela é tudo. É cria e a criação. É a que amamenta, a que se preocupa, a que ri e chora na TPM, é imatura para perceber, pois tão cedo e mais cedo que o homem, se torna adulta.
A mulher é pura emoção! Mas como exigir da “emoção”, critérios racionais? Difícil. Na prática, todos somos um amontoado de erros. Eu mesmo já induzi erros. Bebida, balada e bons papos. Criei ilusão? Jamais, apenas fiz o que o homem, frente a uma mulher, faz de melhor: mentir. Se me perguntassem “o que é o homem?” Eu, sem dúvida, diria: pura mentira. Somos assim, nos “passamos”. Mas aqui não é lugar de homem, é um texto de alguém que se indigna com uma maioria, que tem um papel decisivo no mundo que vivemos.
Como disse antes, a mulher é tudo na vida de um filho pequeno e na sua trajetória de vida. Não há aqui necessidade de elevar ou alçar a mulher a pedestal algum, apenas de tentar vivenciar suas dúvidas e alertar sobre sua importância.
Vejo também o quanto essa “imponderação” leva a lugares ridículos; a situações lamentáveis. A desvalorização da mulher pelo homem, pode ser natural; o homem é força, a mulher sentimento. O homem empurra aquilo que a mulher abraça!
Eu não teria um harém, mas gostaria de ter um mundo de mulheres! Amo-as! Mas não me iludo que as coisas melhorem; que se valorizem... ah, estava esquecendo da beleza. Não sei se é errado, mas é minha percepção, em ver o quanto mais bonita, menos se valoriza. Parece que é como se tivesse um véu cobrindo os olhos. Aqui, saio do lado mais genérico feminino, partindo rumo aquilo que a hipocrisia não nos deixa falar: beleza e seus padrões.
“Caralho, que coisa mais linda!” É aqui que estou, na beleza admirável. Na perturbação do sono, nas canções já compostas, na madrugada, quente ou fria, na solidão que o coração sente por aquela que se foi, por tudo e mais um pouco. O homem é lamentador profissional. É o cão que se veste da noite e sai sem rumo. A mulher não pode ser isso. Também não deve ser aquela que fica em casa esperando. Mas o principal é que cada um tem seu lugar, podem se encontrar, viver juntos, mas jamais se “misturar”.
A personalidade masculina é única e facilmente descritível. A mulher, pouco a pouco, vai se deixando levar pelo mesmo caminho. O homem é banal, bacanal. A mulher é natural, natureza de ser mãe e mulher, não deveria se encaixar na descrição cabida ao homem. Mulher é especial, não deve ser algo ou coisa. O homem é um litro, um celular tocando bruno e Marrone, tira-gosto e alguém que não lhe responde uma mensagem.
A mulher é o faraó apoteótico. A imagem e semelhança das nuvens que mudam com o vento. É o cheiro que passa. O aroma que marca. A beleza que impacta. “a música que me lembra você”. Ela é a paixão, o ser apaixonante. É dura, difícil e inalcançável. Mas é, acima de tudo, a fragilidade. É o abraço “do nada”. É como disse antes, sentimento puro.
No meio da rua, passando, bunda para lá, bunda para cá, rebola, mas sem ir até o chão. A personalidade não deve se fundir com a atitude. Defendo aqui o inalcançável? O simples e puro comedimento, a pausa para refletir. A não banalização do corpo. A valorização do sentimento, da fragilidade. Ter em si e trazer pra si, a responsabilidade que a natureza lhes deu.
Quanto mais frágil, mais preciosa. Aqueles olhos que cintilam, onde a luz passa e se perde. Mulher é amor, não é paixão. É fervor, não tesão. É poesia, música, perfume... mulher deve ser tudo, menos o que vemos por aí.
Eu já tive meus erros, em todos os tempos da vida. Já magoei, mas nunca brinquei. Levo o assunto mulher ao ponto máximo da minha breve e tola história. O bom que sou foi forjado por elas, o lado ruim, abandonado por elas.
É difícil mudar, mas é necessário.

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