sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Eu não sei não.

O poeta, criado da dor e da lamúria,
Faz da tristeza o solo fecundo.
É maltratado, vive na penúria...
Não vê saída, só enxerga o fundo.

É um pobre, por assim coitado.
Não é rico, só de tristeza.
Vive de sonhar acordado
A amar sua própria beleza.

Sua alvorada é ávida de enganos.
Seu coração, inútil, já morreu.
Desconhece, se é que tem planos,
O dia que nem mesmo nasceu.

Por fim, e mais ainda pro norte:
Não há nada além do poeta.
Nem a morte tivera a sorte
De ser assim tão completa.

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