quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O poder insípido da mente.

Os olhos se abrem após falsarem a realidade e a ela retornarem. Foi apenas mais uma noite de sono; poucos e não lembrados sonhos. Parece, por alguns instantes, que tudo está diferente e que essa é a diferença que irá salvar meu dia! Respiro mais uma vez... Outra vez... Aos poucos tudo vai ficando mais nítido e normal. Eis que dou o primeiro passo e outro e outro, até chegar a porta. Abro. Observo. Calculo se poderei chegar até a cozinha sem “nenhum obstáculo humano”. Eis que isso é impossível... Aqui parece lembrar de um trecho do sonho que tive essa noite. Pessoas, elas ainda estão por aqui.
Passada a “euforia”, dão-me bom dia. Dão-me pão ( o circo é daqui a pouco). Oferecem de tudo... Eis que mais um trecho do sonho relembro. Mais uma vez as pessoas... Saio dali rapidamente. Busco ligar novamente meu quarto. Nele ligo a vida e as novidades; elas são muitas, mas é como diriam: “mais do mesmo”. Nada de muito novo. Coisas comuns de um cotidiano nefasto. Dificilmente pessoas importantes são pegas de surpresa. A mesma coisa todo dia e todo dia a mesma coisa.
Tento acessar meu “face”. Estou online. Pessoas estão on. Conectados, ávidos e prontos a verem o que temos a dizer. É uma busca por sonhos... Eis que mais um trecho da noite me vem à mente... Busca... Pessoas... Parece que as tento buscar e nelas encontrar um pouco do que não tenho...
Perdido entre bits e downloads, saio um pouco na calçada. Aqui que tem informação demais! Parecem que as pessoas realmente estão aqui fora. Um mundo digno dos palhaços que nos “alegram”. Mais um pouco, vem um e fala. Outro “dá” com a mão. Buzinas. O sol incomoda. A árvore não é suficiente para aplacar a voracidade solar. Desisto. Volto, fecho e me tranco novamente. Mundo doido. Existe e ao mesmo tempo não. Realidade?! Vai saber qual é...
Chega o almoço, e depois aquele sono... Hora de sonhar? Ainda não, não consigo. Calor e barulhos na rua. Agora um pouco de silencio e calmaria. A mente parece insípida. Hora de relaxar...
Aula, rua, professores, rua, trânsito, buzinas e mais gente. Essa gente parece que não some. Por que não vivem em outro planeta? Sala, sentar, silencio... Aqui não vai mudar nada a realidade lá fora. Intervalo, amigos e blá blá blá... Comida. Malefícios. Gordura, pressão e depressão. Hora de voltar pra casa, aqui já deu o que tinha de dar hoje! Uns perguntam se já vou... Outros sequer sabem que cheguei. Mas certamente ninguém se importa com nada disso. Nem eu me importo.
Bye, teacher! Hi, home! Mas antes... Trânsito, pessoas e mais pessoas... Esse povo parece que não tem outra coisa a fazer! Droga, buraco FDP! Prefeito, isso. Bando de incompetentes! Casa, finalmente. Aqui estou seguro... De quê mesmo? TV... Vou nem comentar o que estão assistindo. Dormir que é melhor.
Calor. Calor. Calor. Ventilador. Sombras e a luz amarela da rua... Podem entrar, já tem coisas bem piores aqui dentro mesmo. Sono... Sono... Sono...
Nossa que sonho estranho. Sonhei que tinha passado o dia sem sentir nada. Senti apenas o que o sonho havia me dito. Sonhei indo e vindo, mas não sonhei porque fazia isso. Sonhei andando, caindo, falando, mas não sonhei porque fazia isso. Sonhei que tudo era a minha realidade, mas não sonhei o porquê disso. Sonhei com as pessoas, mas não falei com elas sobre nossa realidade. Será que muda, ou tudo é apena um grande sonho? Não sei dizer.
Quem sabe se eu sonhar a vida toda, transformando isso na realidade... Não ia funcionar, pois o mundo nunca respeitou os sonhadores. Eles não causam nada além de alentos e esperanças. Revoluções sem sangue ou sofrimento... Quem sabe um dia! Quem sabe o sonho um dia seja realidade e eu possa gostar das pessoas. Quem sabe elas passem a se respeitarem e assim respeitem os idealistas.
Por enquanto, “ando só e só eu sei, aonde ir, por onde andei...” Ando só e eu sei por quê. Não é ruim viver sonhando, ruim é viver de sonhos... Pelo menos nesse mundo é assim.

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