terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nada mais triste que a INTOLERÂNCIA.



Chegando do trabalho, deparo-me com esse câncer chamado intolerância. Um câncer racista, promiscuo e imbecil. Refiro-me a uma foto que compara João Hudson Rodriguês(João 10) e o ex-prefeito Ilário Marques(13). Um comparativo infeliz e desumano. Ilário ganharia do Lula, ou não? Comparar escolaridade? Comparar experiência política? Porquê? Ilário foi prefeito, a
lguém duvida? João nunca foi. Mas Ilário já foi comerciante? Ilário já foi empregador? 
Ilário foi tão bom prefeito que deixou a prefeitura em total ordem. Dr. Rômulo destruiu a cidade em poucos mais de 1 ano e meio? Ou não era Ilário que esteve por lá por dois anos? 
O que João 10 não tem é experiência em mentir. O que João 10 tem é vergonha na cara pra não roubar! Agora falar em escolaridade? Coitado do Lula... E não foi a ele que Ilário precisou recorrer esses dias pra mandar uma carta para a população? Onde está a sua experiência Ilário? Você precisa ir pedir ajuda a um ex-torneiro mecânico? Você não é advogado? Você não tem história? Pra que ir pedir ajuda a um semi-analfabeto? Você precisa de ajuda pra ganhar do João 10? Vem só cara! Traz contigo essa corja que planta esse tipo de foto. Traz esse tipo de intolerantes pra urnas e vamos ver quem ganha.
A intolerância já matou muita gente pelo mundo e até hoje fere quem quer ser diferente. Aqui, no time do povo, no time do João, tem gente do bem e gente que não precisa apelar pra esse tipo de coisa não! Ilário, cara, seu tempo já passou. Agora é tchau e bença pra você e pra esses intolerantes que se dizem do povo humilde...
Humildade não se compra, se conquista.
E façam uma coisa, chamem o Lula pra ele ver uma pessoa do povo, igual a ele, que está prestes a subjugar uma minoria que enriqueceu as custas do povo. 
O que já foi uma primavera, hoje é um inverno frio e medonho; uma família que passa fome de carater e se desespera. Uma meia dúzia de pessoinhas pobres de espírito. Vamos combatê-los até o último tombar sobre as próprias mesquinharias. O que hoje é 57%, só ira aumentar com esse tipo de comparação. O povo quer o povo e não meia dúzia de coitados, que se reúnem sem alegria e sem motivos pra sorrir.
Ilário, chama o Lula, a Dilma, o Pimentel, o Delúbio, o Zé Dirceu e o resto do teu povo, porque aqui, só tem gente 10! Pelo menos a maioria...

Papai é o povo!




Corromper, no dicionário, vai desde "ficar podre" até "subornar". Poderia, corromper, significar também "comprar" ou "depravar, mas eu costumo chamar de PETRALHAS, que pra mim é coletivo disso tudo ai. Aqui em casa isso si
gnifica APROVEITADORES. Meu Pai ensinou que tudo isso é BANDIDO mesmo! 
Então meu Pai é um criminoso por falar a verdade? Pois ele sempre me ensinou as coisas certas. Mas talvez, para os bandidos, o cidadão de bem que fala a verdade denigre. Então eu sou um criminoso, pois vivo fazendo o que é certo e o certo é não roubar. 
Vejamos: Os que roubam merenda, fazem de conta que pavimentam as ruas com qualidade, os que constroem vias públicas com postes virados pro mato, que fazem colunas milionárias e que "merendam" no lugar das criancinhas são bandidos e ladrões! Meu pai é sábio e aprendi a ser honesto com ele. O que é dos outros não é meu, entendeu?
Mas tem gente que não é filho do Papai e não sabe votar direito. Mas hoje fiquei sabendo que Papai tem muitos filhos e muitos filhos ele tem! 
57% do povo daqui aprendeu com o Papai a só votar em gente de bem! Graças a Papai o povo vota certo.
Papai ensinou nos ensinou a votar. Desde criança já me mostrava o que era urna e o que era privada. Ele também ensinou que tem um livro grande, cheios de leis. A Carta Magna!
Ele disse que essa carta me garante o direito de ficar indignado: "É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato". E ela, diz mais: " É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias."
Meu Pai é minha crença; meu povo é meu lugar, minha casa, minha religião. Meu povo é asilo inviolável. Minhas palavras são livres para manifestar a roubalheira, e não me nego a apresentar minha cara! Quer bater em mim? Eu chamo o Ronda pra lhe prender, seu bandido Petralha! Digo não a violência, e digo mais não ainda aos ladrões.
Em Quixadá, eles dizem, não tem disso não. Cidade pacata. Políticos exemplares, e sem nenhum envolvimento com a justiça... Não sei de onde meu Pai tira essas coisas de que são tudo bandidos. Estará Papai louco ou tem bandido mesmo?
Nada mais sagrado, pra mim, que meu Pai. Meu Pai é meu povo. Sempre "honrei pai e mãe". São meus ícones, e não esses bandidos soltos por ai. E tem gente que pratica idolatria com o Pai dos outros... Gente maluca.
Papai não tem processos na justiça. Então Papai é honesto? Eu não tenho processos na justiça. Então eu sou honesto? Mas gente honesta, assim, como nós não podemos falar e eles podem nos roubar? 
Eu digo a um político por ai: Você era gente boa, correto; representava a mudança, mas seu tempo passou. Ficou podre. Comprou a alma do povo e vendeu a sua ao diabo chamado poder. O povo cansou de você. O povo, mais uma vez, quer mudança. O povo não quer miragens, nem falácias! O povo que um banco confortável pra sentar. Uma água gelada pra beber, enquanto espera na fila. Você é que quer mordomia, mas a mordomia patrocinada pelo povo, acabou. 
Foi mal... Desculpa... Parte pra outra, cara. Vai nessa. Sai fora. E como o Papai me ensinou: Seu tempo é passado e passado é pretérito imperfeito.

Às mãos de Francisco.



Fazer comparações é uma das coisas mais difíceis que existe. É uma tentativa de infinitas possibilidades. Hoje resolvi comparar minhas mãos. Começo pela obviedade de uma ser a esquerda e a outra direita. Ambas possuem as linhas longas da vida. Elas não tem calos. Elas já apontaram e já me defenderam. Elas são meu "olá" e o meu adeus. Meu positivo e o negativo. 
Passaria noit
es, na infinidade, a percorrer todas as possibilidades linguísticas anatômicas, mas não venho aqui para isso; venho aqui comparar o que os dedos dessas mãos disseram ontem e dirão hoje, sobre o que os olhos presenciaram, in loco, nos dois principais movimentos políticos da cidade.
É um absurdo tentar comparar os ambientes. No comício do 13, aqui na minha calçada, e no meu abandonado bairro, era uma mistura de "já era" com "vamos fazer força que dá". No que vi hoje, no campo novo, era uma mistura de vontade e de atitude, com esperança e multidão... Sou suspeito pra falar? Claro que sou, mas não sou mentiroso como... Nem posso falar que é candidato, pois ele não é.
Aqui, ontem, no Alto São Francisco, eu vi palco de horrores. Na frente da minha casa, e o pior, na frente da igreja, mentiras e mais mentiras; pessoas que só tem compromisso consigo mesmo... Pense na vontade de falar o que penso, mas nem sempre podemos falar a verdade... Ver certos vereadores, e outras autoridades que mentiram, é algo que dá nojo! Mentirosos!
Agora, ir ao Campo Novo, ver Dr. Ricardo Silveira, Jose Nilson Gomes, Wellington Cí, Cristiano Goes e tantos outros mais, é algo sem comparação. Não tem como comparar. Ouvir as propostas e principalmente a cobrança, em praça pública, para uma multidão, que o Dr. Ricardo fez ao João Hudson, é algo que não tem preço.
Dr. Ricardo cobrou o compromisso de João 10 com a maternidade. Jose Nilson dando o seu apoio incondicional ao Cí e ao João 10. Cristiano Goes explanando sobre a necessidade de desenvolvimento e colaboração entre nossas autoridades, rumo a construir uma grande Quixadá, é incomensurável! 
E no comício de ontem, aqui em frente a igreja de São Francisco... Deus tenha piedade... Ontem aqui as palavras me soaram vazias. Não tinham a força da verdade e nem da vergonha. Ilário Marques, seu tempo passou. Seu tempo acabou ontem, aqui, em frente a igreja. Você já era. Não tem como comparar. Não posso comparar o que não é igual. Minhas mão são iguais. Meus olhos são iguais. Meus ouvidos são idênticos. O que diferem as partes de um todo são as nuances da utilidade.
Enquanto você, Ilário, usa as mãos para persuadir o público, Jose Nilson as usou para conclamar a união. Enquanto você usa as mãos para gestuar a pseudo-multidão, Dr. Ricardo segurava o ombro do João 10 e lhe pedia compromisso com a saúde e com o hospital do coração. 
Não tem como comparar. É como comparar uma pedra com um dedo. É como comparar ficha suja com ficha limpa. É como comparar quem perdeu com quem ganhou. É como comparar um morto com um vivo.
Valeu a pena comparar um comício mentiroso, com uma reunião de políticos prontos para fazer muito pela cidade. Jose Nilson disse que o povo que iria mandar no mandato do João 10. Nessa hora eu levantei as mãos e fiz o sinal do 10. Eu fui povo naquela hora e me senti ouvido pelos que lá no palanque estavam.
Minhas duas mãos, as mesmas mãos de um Francisco, de um Antônio, de um João, Ricardo, de um Jose... As mãos que são iguais em importância e em honestidade; as mãos que expurgarão os mentirosos e os... Infelizmente, nem tudo podemos dizer, mas meus dedos digitarão o número do povo, o número do João 10!
Ilario, eu estarei lá, no dia 7 de outubro, lhe dando adeus, e se quiseres, lhe dando um abraço. Mas pode ter certeza que meu dedo lhe apontará seu novo rumo, que é o rumo do esquecimento.

Mudas

O dia hoje foi bem bucólico... Estava, confesso, apreensivo pelo comício do 13, que se realizaria aqui, frente minha humilde residência; humilde não por eu morar numa casa acanhada, mas pela comparação a casa de praia que o "candidatíssimo" tem. 
Mas o tempo foi passando e chegava a hora do comício começar. O meu medo, de certa forma aumentava, pois eu imaginava uma lotação... Mas a decepção foi u
ma grata e esperada surpresa.
Senador da república na minha porta, com deputada raquel marques chorando no palco por quase 2 minutos, eram ingrediente fantásticos de uma cena triste e melancólica.
Eu ri bastante de nossa deputada chorando. Ela que jamais trouxe uma banda de tijolo pra por na parede de um pobre, agora chorava copiosamente para os mais humildes verem como ela é do povo... Que papelão minha senhora... Foi ridículo, para não dizer bisonho!
A vossa excelência, o Senador Pimentinha, não deu nem pro chá... Foi uma palavra mais ridícula que a outra, como se o povo fosse besta. Veio com uma história que falou pra Dilma que viria a Quixadá, e que a Dilma deu todo o apoio ao nosso povo e que outro lá, não sei quem, ia trazer mundos e fundos pra cá... Dilma, vossa pessoa sabe onde fica o Quixadá? Sei, sabe muito. 
Mas o rei, o Roberto Carlos da política quixadaense, foi magnânimo em seu discurso. Juro que esperava que ele chorasse também, mas o "homi" é macho e dizem que macho não chora. Mas eu preferiria que ele fosse homem, porque homem não mente, e ele mentiu.
Afirmou sem pestanejar que "Jamais persegui ninguém na cidade". Velho, desculpa ai, Pqp... Dá vontade de mandar tomar no C*. Um cara desse é um irresponsável em dizer que vai construir um Hospital Geriátrico para os velhinhos da cidade, isso não se faz, isso é brincar com coisa séria! 
E mais, disse também que vai construir outro hospital no valor de R$ 5 milhões de reais, dinheiro que o pimenta já havia arranjado la em Brasília... Brincadeira tem hora. Chamou o Romulo Carneirode traidor, mas não traidor do povo, mas traidor do " plano de continuidade" de poder. Ou seja, o povo que se foda!
Ai teve um foguetório, umas músicas chamando o João Hudsonde amarelão, e olha que o Ilário disse que na campanha dele não tem baixaria...
Mas uma coisa me chamou mais atenção, o clima estava diferente... O ar estava pesado... A alegria não contagiava ninguém... Não estavam eufóricos, os antes tão brandantes. Não havia uma comunhão entre oradores e orados. O povo não veio, e aparentemente, a estrela não brilhou mais.
Pouco, ou quase nada, se falou sobre justiça, a dos homens. Ele mal mencionou os problemas com a justiça. Talvez por ser muito complexo ou com certeza, por ser vergonhosa a situação.
A estrela está cadente, e a constelação não brilha mais. Está gastando suas últimas forças na tentativa de imprimir um ritmo de retorno aos céus, mas estrelas-cadentes vão para o chão e para a lembrança.
Hoje, para mim, os meus "inimigos" políticos não existem mais; morreram em frente a minha humilde residência. O sonho deles, de voltar ao poder morreu com sua ganância e com sua prepotência. Achavam que poderiam enganar o povo pra sempre, mas o povo é sábio, e a sabedoria é popular.
É hora de "ir pra cima" João 10! Seu, meu e o nosso inimigo está fraco como nunca esteve. Faz promessas que não pode cumprir e está só esperando um empurrão para tombar definitivamente.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sei mais que o Lula.


 

Seria falta de obviedade saber o que todos pensam, mas o senso comum e o meio termo, remetem-me a uma simples e singela constatação: Somos todos igualmente diferentes na medida contrária do nosso interesse.

É, também, um claro desperdício do meu tempo e da sua atenção ler isso, mas fico feliz em ser assim, tão diferente. Todos esses dias, sazonalmente políticos, damos-nos as mãos e afiamos as palavras na tentativa de nos convencer da vitória e de engajarmos o maior número possível de simpatizantes por nossas ideias.

Em nossa cidade não existe ideologia, existe uma luta entre o bem e o mal; o mal, que para alguns é divino, e que para outros é profano.

Já o Ben é 10! Ou o bem não é 10, é despreparado e comandado, como se todos não fossemos...

De um lado o mal, mas preparado, que prega está sendo perseguido e fuzilado, de baixarias e notícias falsas! Para muitos, o TRE-CE mente diariamente por colocar em seu site a situação do candidato Ilário Marques como sendo de impugnação.

Ele, como advogado que é, já deveria ter esclarecido o porquê de tal situação. Ter esmiuçado tais alegações do TRE-CE. Já que ele está apto a fazer campanha normalmente, contribuiria bastante com a população, em parte leiga, a fazer tais alentos jurídicos.

Do lado de cá, dizem termos um candidato leigo administrativamente; uma pessoa que veio do nada, assim como o outro candidato, mas que não conhece os “tentáculos” do poder... Isso é bom ou é ruim? Doutor Rômulo conhecia o poder? Não, mas mesmo assim o candidato Ilário Marques pôs o povo a acreditar nele...

Como é isso? Como é que eu não consigo entender isso? Fácil entender e difícil de explicar... Fácil entender porque o interesse agora existe em desacreditar a ingenuidade política do Ben 10;

Antes, o outrora fantástico médico Rômulo, era a esperança vermelha de continuidade do PT em nossa cidade. O povo seguiu em colunas medievais, em busca de levar ao trono o “Czar” aristotélico... Viajei?! Demais, mas não tanto quanto o povo.

Ilário, como hoje o fará em nome próprio, aqui na praça do alto são Francisco, bradava, na mesma praça a 4 anos atrás, aos 4 cantos que estaria ao lado do inexperientes médico. Gritava a todo fôlego, quase a não deixar o Rômulo falar...

E no amanhã do próximo ano, será assim com o João Hudson, o homem da sapataria? Não, pois o João é uma pessoa sincera.

João não foi a faculdade de medicina e voltou para o hospital para salvar vidas. Ele não pôs a mão no peito e disse: “Nesse, vocês podem confiar”, como fez o vosso Ilário, em detrimento ao  povo e a favor de continuar no poder.

 João veio do nada, assim como Ilário veio;  mas João 10 não passou pela faculdade de Direito, então assim, não aprendeu a mentir. Ele é sincero, assim como o povo.

Esses dias lemos, quem quis, a carta do vosso presidente Lula ao povo quixadaense. Lula é um trabalhador que veio do sertão. Não passou pela faculdade de Medicina, nem de Direito, mas passou muito tempo no poder, e o poder corrompe e pede para corromper. Lula aprendeu a mentir e a andar com mentirosos. Qual valor tem o povo quixadaense para Lula? Números, apenas. Irresponsabilidade dividida com quem propaga tal carta. Só que aqui, ele esquece, somos pessoas e não papéis e muito menos números.

Ah, mas o Lula conhece o Quixadá e já veio aqui “N” vezes! E eu que moro aqui, e sempre morei, não serve de nada a minha opinião? Para alguns, não.

Minha carta, essa, não terá seu conteúdo copiado para os anais da literatura mundial. Mas duvido que eu não fale a verdadeira realidade, e saiba mais dela do que alguém que está a milhares de Km daqui!

Se o povo quer quem mente e engana, tudo bem. Se o povo quer quem está nas páginas da justiça, ok. Se o povo quer quem erra e é perdoado, após ter sido apunhalado pelo inexperiente médico, ta legal. Se o povo quer ficar cego, surdo e louco, quem sou eu para relutar.

Mas se o povo quer pensar, refletir e saborear uma nova tentativa de mudança, a mudança é verde. A mudança é a cor da esperança. A mudança é a inocência do homem pobre que venceu na vida honestamente. A mudança é agora. A mudança é 10.

O povo é soberano e saberá escolher se quer mudar. Respeito todo e qualquer voto, a favor ou contrário ao que penso. Mas espero que leiam, pelo menos alguém leia. Se eu mudar um voto estarei infeliz, pois quero mudar minha cidade.

Essas palavras não chegaram ao imaginário de todos, mas ficarão guardadas, caso vocês errem novamente, para as próximas eleições. E eu, estarei aqui, não dizendo “ bem que eu falei”, mas dizendo e continuando: Acredite no inocente, pois ele assim será, até provem o contrário.

domingo, 19 de agosto de 2012

Nel mezzo del camin... (Olavo Bilac)


Toda e qualquer tentativa de entender o desumano ser humano, será em vão. Mas uma coisa é certa, de tal animal, ele sempre está perdido.
Quem conhece ou já pode ler alguma coisa de Olavo Bilac não pode se abster de ter em mente o poema: "Nel mezzo del camin..." . Para mim, é de longe, a marca da perfeição em sua obra. É um poema que eu tenho em mente todos os dias. Faz-me ir e vir ao encontro do nada que povoa as intempéries cotidianas. 
Tentar entender o poeta é um erro clássico de quem ignora a própria ignorância. Relutar de que nada sabemos é um erro fático e pontual da ignorância alheia. A coletiva e resumida promessa de dias melhores, não existe no mundo real. Por mais que façamos, muito pouco é feito e todo acontecimento é pautado pelo feito dos olhos alheios e pelo caminho já seguido antes.
Muitas vezes incomoda o fato das palavras terem esse poder de "chegar" a qualquer lugar, mesmo que a realidade não seja essa, a das palavras. O rico é cheio de pavor do pobre, assim como o pobre não esquece o tanto que trabalha para ser o que é.
"E triste, e triste, e fatigado eu vinha..." Podemos parar de súbito na estrada, mas nem sempre a minha presa será a de quem não me entende. A minha parada poderá ser mental, enquanto a do outro poderá, ser, para observar quem parou...
Entender é como um poema: Não se faz perfeitamente. O poeta é louco e sem "tempos" neste mundo. Tudo que escreve é irreal aos olhos de quem o observa, e só ele sabe o porque de ter parado; apenas ele sente o "desnecessário" momento de pensar: "Tive da luz que teu olhar continha."
"Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida..." Não há ser que não possa entender a dor ou a alegria; podemos ignorar "longos anos", mas nunca "pressa à minha". O ser humano é caótico e "solitário", precisa de "agoras" e não de "amanhãs".
Toda dor é latente e todo amor é passado.
Todo olhar é pra frente quando o amor está ao lado.
Toda face é despercebida, quando não quero ter
Mais que outro olhar de amor, que não seja você... "E eu, solitário, volto a face, e tremo... Palavras fazem circulos e amores os desfazem; palavras matam verbos e amores o conjugam. A vida é o poeta vivido ou o sonho desperdiçado. Entregar-se ao óbvio é parar sem motivo são, e são são os abismos do pensamento do poeta: Ele sabe o que quer.
"Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo."
Podemos embora, mas jamais seremos esquecidos pelo tempo. O tempo é ouro e o ouro é eterno, assim como os olhos que brilham feito diamante. Assim se faz uma parada nesse mundo; um mundo onde o poeta eterniza o dia-a-dia do homem comum, que tem como única riqueza a vontade de mudar.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Boa noite...


É assim, no escuro do quarto
sem ver o que me rodeira,
mas sei que lá está.
Está sem perceber,
está sem ao menos pensar,
mas sei, está lá.
Dormindo... Não.
Pensando, talvez.
Sendo o que sempre foi.
Não é nada,
dizem todos.
E talvez não seja!
Será tarde pra acordar?
Um tanto cedo pra perceber
que nada vai mudar.
Tudo pode, mas não vai...
Será, serei
e quando as luzes me virem terei ido.
Mudado de sentido,
perdido e sem voz
de tanto que gritei em vão.
Eram apenas paredes quebráveis,
Sonhos sem sentido
e alguém dormindo...
Mas porque eu?
Logo eu...
Enfim, serei melhor amanhã.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

REFLETIR


Não poderia ser um espelho, seria um reflexo sem forma; 
não poderia ser o futuro, pois não teria passado; 
não poderia ser o escuro, e repleto de lágrimas,
esconderia-me das pessoas que precisam me entender.

Não poderia dar dois passos, seria um por vez;
não poderia dar a mão, seria cada um por si;
não poderia dar o meu melhor, pois ressentido de mágoas,
mostraria o que não sou e o que preciso ser.

Não posso voltar, é improvável;
não posso seguir, é desumano.
não posso deixar de crer,
que refletir trás o que não pode existir.

Não tenho forças, é humanamente possível.
não tenho sonhos, é tarde demais.
não tenho duvidas, e assim vou vivendo,
de que nada acontece se Ele não permitir...