Comum ao
ser humano e inerente a vida, a morte é certeza dentre todas as duvidas. Ela
não é chegada, é despedida. É a dor que sublima e o acaso que marca. É o vento
que despe a tocha, o silêncio imponente que cala agora, mas que faz a lembrança
chorar.
A morte é
a ausência do bem. A estima da saudade. A protuberância da quietude. A solidez
da eternidade. O ladrilhar da história. O pântano da dor e a perfídia da vida.
Dela não há o que dizer, apenas comentar. Os poucos que sobreviveram, estão “aqui”
por serem eternos no imaginário pessoal ou mítico.
A minha
lembrança da morte é que ela não existe quando se tem outros planos para vida. Planos
e conversões enigmáticas... Soletrações e repetições da vida. Mitigo a morte
com o gaguejar da vida, evitando assim pensar nela de forma direta e medonha.
Já temos que passar pelos espinhos da morte, então nada mais justo que saborear
seu cheiro enquanto ela é vida.
Como duas
metades de um mesmo plano, vida e morte se confundem. São as batidas de um
coração universal. São as conclusões de um plano superior... Elas são o “porquê”
disso tudo. Precisávamos passar pela vida, percorrer tudo isso e depois apenas
morrer? Qual sentido dar a algo que não dura para sempre?
Viver e
dar continuidade, esse é o sentido real da morte. Deixar para trás uma rastro de boas lembranças
nos outros, esse é o sentido real da morte. Plantar, colher, regar, “fazer
chover”, ser único e irreal! Esses são os reais sentidos da morte.
Chegar ao
fim da vida é para os fracos. Ser eterno enquanto dure?! Coisa de pessoa comum.
Ser perfeito? Narcisista.
“Morrer e
não ter a vergonha de ser infeliz”, esse é meu lema. Viver é para gente comum; ande nas ruas e veja! Tenho pena da vida, ela
me inveja tanto que quer me matar. A morte é minha amiga, quer-me tanto bem que
todo dia me espera ao seu lado.
Um dia
terei que decepcioná-las, por ter ido eu e não elas; por ter sido eu e não
aquilo que as pessoas queriam que eu fosse.
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