domingo, 27 de março de 2011

Embebido

quero me atar nessa corrente
e descer lentamente
para o fundo do mar.
espero que não insista
e que logo desista
de nós "matar".

nesse mágoa besta
que desde sexta
fere meu pensamento.
Posso viver em descrença
morrer de qualquer doença
mas nunca de arrependimento.

é luto que me machuca
é farra, é luta!
é nobre queda e descida.
é suor, é morada!
é tudo ou nada...
é minha querida.

sou leigo, evidente.
há quem saiba mais a frente
que nada podemos fazer.
pois o destino, sendo traçado,
mata, do lado,
quem não deveria morrer.

mesmo estando em pedaços
não se acabam os laços
que a vida quis unir.
pois é tão perfeita a bravura
que a nossa cura
é não querer desistir.

e dessas batalhas perdidas
não há preferidas
e nem as que quero fugir.
lutarei todas elas,
as feias e as belas
que nos há de submergir.

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