segunda-feira, 14 de março de 2011

De mim, pra eu.

Se eu fissesse um poema por dia,
que me declarasse,
o que diria?
que não sou poético com as palavras
e que as repito
por dias e dias ?

E dessa breve realidade
brotasse a flor
da apatia...
uma quimera de subjetividades,
será que alguém
me entenderia?

Eu que já busco me encontrar
nos loucos tombos
do devaneio,
como posso alguém amar
tendo em mim
tantos receios?

E se por mim me declarasse
que só haveria, assim,
felicidade?
acabaria com a esperança
de alguém...
deiraria saudade?

Ou que loucamente noutra face,
que pequei tornar
em pranto,
que tão doce,
o meu amor,
enjoou do meu encanto.

Meu amor é pobre e sofredor
não se atreve a pensar
em gente.
faz o sonho virar água
e o passado virar
presente.

se eu podesse externalizar
a cada dia
um poema doçe,
jamais declararia o meu amor
a quem quer
que fosse.

Os guardaria para mim: um solitario
a cada passo
e a cada queda.
pois me bastava ser meu amor
a cada sonho
e a cada entrega.

Saberia de cor e saltiado
onde locar a alma
e o coração.
que jamais morreriam de fome
por amor
ou paixão.

Onde eu estive, eu queriria estar
não abusaria da minha
confiança.
deixava livre essa alma louca
que tanto procura
por bonança.

Se eu pudesse que por pouco recordar
do último beijo
que me vivenciei,
certamente não iria deixar
que me dessem
menos do que me dei.

Nenhum comentário: