sábado, 6 de fevereiro de 2010

Hoje to meio assim...

Pele de cordeiro, orelhas de lobo.
Coração de guerreiro, na boca da noite.
Chama-me coração, de novo,
Não sabe que durmo?!
Nem imagina que sonho?!
Pele de besouro, orelhas de gavião,
Olhos que se dilatam, provocam este tolo.
Emoção que se esvai, olhos que vão;
Permito sem permissão.
Prevejo sins e nos nãos, mas está por lá.
Deixado sem dono, alvejado por tudo.
Cravado de inocências desumanas,
E de humanas inocências...
Pele voraz, insano algoz,
Coração diabo sem dono e sem lei
Faz o que diz, quer o que quer.
Dá-me um nome! Dá-me!
Nem que seja passageiro; ligeiro,
Meus sonhos estão acabando!
Preciso me decidir onde vou parar.
Meu pra sempre está perdido,
Lá, no mausoléu da fome.
Pele de cordeiro, orelhas de pedra,
Escutas meu nome, e o que vês?
Nada. Eu sei. Vezes e por vezes a sua procura.
A saber: já foi minha cura
Já foi o meu querer.
Nem sei do que falo, nem o que não digo,
Mas tem alguém aqui por dentro me pedindo.
Tem alguém implorando o silencio.
Mas mesmo que exista
O silencio nunca é real;
Meu coração dispara e diz que está por ai...
Não sei onde e nem se está bem.
Passo por peles de todas as peles,
Mas só a tua me chega.
Só a tua me implora pra ficar.
Não a quero, mas ela me quer!
Você me quer, mas ainda...
Ainda não vê o que eu vejo e nem sabe.
Pele de cordeiro?! Já fui e tive.
Hoje sou réptil trocando a pele.
Passando por dores e sacrifícios.
Minha alma nem mais tenho,
Perdi quando a desejei.
Mais um amor ou apenas um par de mãos?
Sobrepostas e intocáveis!
Pele de cordeiro, orelhas de trovão.
Besouro que veste rubro,
Amor que veste o veneno.
Já foi pequeno, hoje é gente.
Com rosto e fama suficiente,
Pra fazer o mundo parar.
Mesmo estando por todos os lados,
Ainda vejo uma fresta que o sol inclina.
Seu poente sorriso e seu beijo nunca sentido;
Sem nunca tocar sei que gosto.
Sem nunca olhar, sei o que vejo.
Sem nunca sentir... Isso não posso falar.
Sinto-lhe pelos dias que não tenho o seu sabor.
Pele de anjo, pelo céu se finda.
Diz que vai estar linda quando encontrar o céu,
Não o que Deus mora, mas o da minha boca.
Diz que vai estar com esse cheiro que sinto agora,
Não o da saudade, mas o da verdade:
Hoje to meio assim... É por mim?
É por tudo? É por nada?
Mais um coração, ou mais um pedido em vão?
Pele de nuvem que esconde meu sol,
Se for pra ser eclipse que seja o maior de todos!
Se for pra ser sincero que seja por um minuto,
Pois meu coração não agüenta
Mais um dia assim sem você.

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