segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Caros hipócritas, o que é comunicação?
Nesse mundo conectado, muitos de nós achamos que " bom dia", "boa tarde" e " boa noite" são algum tipo de comunicação. Outros exortam o Senhor ou a Ele, com qual intenção? E as correntes de oração? " repasse essa oração e bla bla bla? Sério que pagamos a Internet pra isso?
Irritante, para dizer o mínimo. Acredito que todos somos importantes demais para que nós demos o destrabalho de encaminhar, por vezes, com frequência, coisas que são feitas apenas para encher o saco. Sim, isso mesmo.
Interessante que todos os "enviadores" dessa baboseira, acreditam que o mundo está ótimo e que isso, essa coisas fabricadas para não comunicar nada, mantém o mundo a salvo do mal! Piada! Assim como tantas outras coisas, como apertos de mão e bons dias ditos a estranho.
Diga-me qual o significado de um " bom dia" a alguém aleatório na rua? " Nossa como eu sou educada!" Será? Damos muito mais importância a essas, digamos, etiquetas sociais do que realmente nos importamos com o mundo exterior. Antigamente a comunicação era algo difícil de se ter com pessoas que não moravam conosco. Ter um telefone fixo era, por tempos, coisa de rico e até mesmo uma ligação era coisa cara.
Com o advento do celular e seu SMS as pessoas começaram a se comunicar por horas sem precisar falar. O tempo passou, claro!, e veio o smartphone e com ele uma penca disforme de formas de comunicação em nada, principalmente por meio da redes sociais.
Começamos a viver vidas digitais, longe do marasmo que era nossa própria vida. Curtir, comentar e compartilhar virou uma obrigação. Somos os novos escravos digitais. Milhões vivem em meio a todo tipo de comunicação que por vezes não diz nada. É a época do besteirol elevado à infinita potência. Época na qual abandonamos a abordagem física e entramos no mundo do digital.
O mundo mudou? Será? Acho que não. Apenas as pessoas estão provando cada vez mais que são pequenas e arrogantes, insignificantes e arrogantes, falsas, defeituosas e desafeituosas. Ninguém se importa realmente se você está tendo um bom dia ou se Deus está realmente vendo tudo que fazemos. Estamos mais preocupados com o quem do que com o porquê. O conteúdo não importa, desde que seja enviado com frequência.
Como eu disse, somos pequenos, achando-nos importantes e que dizemos verdades. Mas não somos.
Deus, certamente, não lê nossos status ou quando nos mostramos tão crentes na redes sociais, pois Ele, certamente, tem coisas mais importantes para ver do que a nossa hipócrita social e digital.
Ele fez o mundo, mas esqueceu de dizer, ou melhor, esqueceu de nos mandar a real: somos pequenos, mas jamais insignificantes. Mas claro, desde que não sejamos apenas hipócritas replicantes de coisas que não vivemos ou realmente sentimos.
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
preto, pobre e sem perspectiva
Mas teve uma vez que fomos em Fortaleza comprar um óculos pra mim. Fomos de ônibus, andamos de coletivo e fomos até o centro da capital. Chegando lá na ótica, meu pai pediu pra ir ao banheiro e me levou junto. No banheiro, eu e ele, tirou a calça e trazia o dinheiro dentro da cueca. Pra mim, aquilo era, no mínimo, estranho mas continuamos a compra, agora, claro, fora do banheiro.
Ele pagou e vinhemos pra rodoviária. Eu achava muito divertido esse tipo de viagem, pois meu pai era fumante e fumar passou a seu proibido dentro do ônibus. Ele ficava louco! E não se aguentou e foi ao banheiro fumar. Vocês não imaginam o que era isso! Quando ele abriu a porta, depois de fumar, o ônibus era só fumaça e cheiro de cigarro. Ele, nem aí pra nada, sentou e dormiu o resto da viagem.
Lembro que pouca gente falou algo, mas uma mulher ao lado ficou resmungando e ouvi ela dizer para quem estava com ela: tinha que ser preto. Se papai ouviu, fez de conta que não é continuou dormindo...e eu com vergonha, mas não pela ofensa, mas pelo senso que meu pai sempre me ensinou: de nunca fazer algo proibido.
Hoje, agora, sentado na calçada que ele tanto sentou, que tantos o viram ali como se fizesse parte da paisagem, passaram 4 pessoas, 3 adultos e uma criança.
Todos negros. Mas o olhar da criança me tocou de uma forma indescritível.
Minha filha estava comigo, mas ela não conhece aquele olhar. Eu sim! É o olhar de uma mãe jovem que pouco tem para dar. A mãe muito magra e preta e o filho com aquele olhar de necessidade. Talvez fome, mas certamente, um olhar de quem terá poucas chances de ter sequer um pai...
Isso faz toda diferença. Ter um pai, independente dele ser negro ou branco, mas ter um bom pai, inteligente, sensato e diligente, é algo que poucos tem hoje em dia.
Eu estou a anos luz de distância do pai que tive, mas não por ele ter sido a melhor pessoa do mundo, pelo contrário, meu pai era cheio de imperfeições, bruto, mas jamais ignorante. Era uma pessoa admirada por todos e acredite, já foi insultado por alguns, mas nunca na presença dele, mas na minha presença e certamente por ser negro. Mas isso é outra história...
Ser pai é ser homem. Meu pai era um homem de fé franciscana. Uma pessoa quase inabalável. Nem quando jazia no leito de morte, derramou uma lágrima sequer. Dizia ele: nunca troquei uma cerveja por uma mulher... mas eu sei que ele bebeu muitas...
Deus me presenteou em ter o pai que tive, que jamais me deixou com aquele olhar daquela criança preta, pobre e sem perspectiva.
Eis o mundo no qual fazemos de conta que não existe. Onde alguns vivem e tantos outros sobrevivem, sendo estes ignorados e marcados para morrer como indigentes numa sociedade cada vez mais rica de teoria na terra e miseráveis num céu que jamais viverão.
Meu dia hoje será com aquele olhar, daquela criança sem perspectiva. O que posso fazer? Não sei, sinceramente.
domingo, 31 de março de 2024
Atenção, prefeito!
Eu poderia contar mil histórias que vi e outras tantas mil que me contaram. Mas irei me ater aos fatos atuais...pelo menos tentarei. Sei que são poucos que param para ler algo que tenha mais que 3 palavras. E certamente está é a maioria da população, até porque, poucos são aqueles que não são analfabetos funcionais, ou seja, leem, mas não sabem interpretar o que leram.
Estaria eu chamando o povo de burro? Não, apenas que a maioria não tem condição de ver além das paixões, no caso, políticas.
Sou um cara chato, amargo, ranzinza, besta, desocupado e
tantos outros adjetivos que você possa me descrever. Como eu disse certa vez a um,
já falecido, ex-primeiro-ministro da cidade: “se você parou pra ouvir alguém
falar mal de mim, acredite nele e não na nossa amizade”.
Pode parecer meio confuso, mas
logo chegarei ao ponto. Pronto, o ponto chegou.
Quando se é prefeito de uma
cidade onde as paixões políticas são o que movem as peças do tabuleiro, de
damas, pois xadrez é algo incompreensível para estes atores, uma miríade de
gente se encosta no prefeito. Gente que chamava ele ou familiares de assassino,
de trambiqueiro e outras tantas coisas!
Mas é aqui que existe o grande
equívoco, que já vi acontecer...”10, 10!” Existe, e o governante não resiste, o
gracejo do poder. Para simplificar: quem não gosta daqueles lhe abanando,
servindo uvas, enquanto você pensa que é o imperador que tudo pode e tudo sabe!
O ser humano é vaidoso, pois
ninguém gosta de alguém falando mal de você. Então, o que o prefeito faz? Para evitar
o processo judicial: chama aí todo mundo que ama nossa cidade e não se importa
com cargos, dinheiro e outras coisas mais, e vamos fazer uma grande coalizão
pelo bem de Quixadá! Eita, imagina aí se isso fosse verdade, esse amor pela
cidade...ah, aqui seria a Suíça.
Mas sejamos sinceros, isso é
quase irresistível! Aí, onde você anda todo mundo aplaude, quer tirar foto, fica
gritando “já ganhou, já ganhou!” ..., porém, vem o vento e derruba a casa
construída na areia, vem a chuva e leva o sonho da casa própria construída em
qualquer lugar e de qualquer jeito!
Culpa do povo? Não, pois
acredito que todos querem uma casinha para morar, mesmo que ela seja dentro da
lama ou em um lugar onde não existe esgoto ou calçamento! É como muita gente vive
aqui na cidade. E o prefeito, tem culpa?
Eu era menino e já entrava água nas casas da rodrigues jr. Eu nem sabia que existia rodoviária e já entrava água lá também, rua padre Cicero, sem milagres, e tantas outras localidades que eu não faço a menor ideia onde são, mas que entram água também! E a culpa é de quem joga lixo nas ruas? Meu povo, é querer esticar demais a baladeira. Mas digamos que fosse, que todos fossemos uns verdadeiros porcos e estamos saindo na mesma hora, todo dia e o dia todo para jogar lixo nas ruas...ninguém fiscaliza a população jogando lixo nas ruas?
Mas voltemos ao fato principal
que é o descolamento da realidade. Como eu disse, eu conheço o centro do poder
e como ele funciona; já estive lá, infelizmente. Sei como é, onde fica e como
funciona. Só que o atual prefeito tem um grande problema: ele não tem mais a
rádio para avisar que está faltando, digamos, por exemplo, gaze no posto ou que
o dr fulano de tal não apareceu, ou que o carro do lixo não passou na rua sei
que lá ou se a cidade está uma buraqueira só!
Ao não ter ninguém criticando,
seriamente, perde-se a perspectiva da realidade; e este é um mal que o poder traz, pois ninguém quer
se indispor, ninguém quer falar a verdade e a realidade das ruas esburacadas ou
daquele serviço seboso do intertravado. O cedro, ou o caminho até chegar lá,
vira problema do estado, e os alunos da Fadat? São coisas e mais coisas que existem, mas não falam.
E aqui não é alguém que
deveria ter ódio do prefeito, pelo contrário, nutri a esperança nele tanto
quanto muitos que dele se afastaram. Como eu disse, é babão demais num canto
só, e meu pai já dizia: quem muito se abaixa...e eu não tenho essa vontade de
me abaixar para ninguém.
Prefeito, farei este texto
chegar a você, não porque quero o seu bem, mas por lembrar o que eu, como
servidor público municipal, passei quando o PT esteve no poder. A humilhação de
todo jeito, o esculacho, a grosseria e a falta de respeito que esse povo tinha
comigo e com aqueles que eram “contra”. Se fosse contar aqui, dificilmente
alguém acreditaria, mas é algo que passou e eu espero não passar mais por
aquilo.
Dr. Ricardo, já fui seu fã. Já
fomos amigos, pelo menos da minha parte eu o considerava como da família. Porém, grandes homens se juntam para fazer o bem, enquanto homens pequenos se separam
para fazer o mal um ao outro. Este que vos fala, sabia das suas boas intenções
e até hoje não duvido delas, mas muitos desses que estão a sua volta, ao seu
redor, rondando-lhe como as hienas fazem quando estão para comer o grande leão
ferido, querem apenas o bem próprio, não se importando com a população que
tanto gosta de você.
Reaja, pois ainda dá tempo. Pare
com essa de “já ganhou, pam pam pam”. Isso é coisa de menino mimado que não
está nem aí se o circo pegar fogo! E inteligente como sei que você é, veja um
dado importante: desde que o ex-prefeito Ilário Marques saiu e entrou o Dr.
Rômulo, ninguém se reelegeu. O próprio Romulo, depois o 10, 10, tivemos o Ci,
depois Ilário, João Paulo por alguns meses, Ilário e você. Esse balanço
político diz algo que é muito nítido: muitas lideranças trocam de lado por esse "amor a Quixadá". Muita gente não tem vergonha de lhe chamar de vagabundo hoje e
amanhã está de braços e abraços com você.
Eu sei e você sabe que eu estou
falando, não a verdade, mas a realidade. Se afaste desse sol maravilhoso que é
a vaidade e se curve diante da necessidade do povo que o elegeu. Tem gente do
seu lado que está apenas ao seu lado, mas que só conhece o próprio lado. Como disse,
eu poderia ficar calado e fazer de conta que está tudo bem, pois de certa
forma, é mais fácil ficar calado do que falar esse tipo de coisa; é mais cômodo
e talvez, mais seguro.
No mais, espero que aqueles que estão passando necessidade, com os alagamentos, tenham melhor sorte e que nós, privilegiados, consigamos nos ajudar, vendo o que é preciso ser feito para melhorar a vida da população.
Melhor tirar a venda e sofrer, do que continuar
vendado e continuar sofrendo. Quixadá merece mais.
segunda-feira, 11 de março de 2024
Certa vez, em 2013…
Não “era uma vez”, nem um talvez, foi uma vez e não apenas naquele momento, mas em muitos outros. Vínhamos em 4 conversando sobre política e coisas afins e de repente Pedim disse assim: “mah tu já imaginou, eu sem sinal numa época dessa”...e continuou: “mas imagine aí como era em 90 e tanto que não tinha nem celular e nem internet”.
pois é, imaginemos…
O que vivemos hoje, em termos…aliás, em todos os termos, hiperconectados, nos faz mal e um mal sem precedentes na história da humanidade. E eu pergunto: onde vamos para com isso? Tudo, hoje em dia é comunicado, é dado notícia, é postado, curtido, compartilhado e mais uma infinidade de outras coisas; mas de certa forma, é apenas uma forma de pedirmos socorro de nós mesmos!
Quem hoje em dia é capaz de sair de casa, primeiramente, sem levar o celular? Só isso já soaria esquisitíssimo! Mas quem é capaz de, estando com o celular, não fotografar um almoço ou uma simples caminhada? impossível! Como eu disse antes, nós nos acostumamos a dar notícia de tudo que fazemos e onde estamos. Mas eu te pergunto: onde estamos?
Não estamos bem, com toda certeza. E cada dia mais, cada vez mais, aquilo que deveria ser um milagre do mundo tecnológico, se tornou, literalmente, uma algema digital. Tenho 43 longos anos e sou incapaz de dizer quando estive sozinho comigo mesmo por mais de 24hs! É quase que uma insanidade imaginar algo assim, e pior, se você “some”, provavelmente ninguém “dará fé” do seu sumiço…ou do meu, sei lá.
Porém, uma coisa é certa: ninguém nunca me ligou dizendo que eu havia ganhado na loteria ou, menos ainda, ninguém nunca me mandou uma mensagem dizendo: estou aqui e me importo com você. Acredito que nos damos importância demais, demasiadamente. O mundo, claro!, continua girando independente de sabermos disso ou daquilo ou se vimos a última postagem de quem quer que seja! A natureza humana pede, e a humanidade se autoignora.
Sim, fazíamos isso diariamente, nos importávamos uns com os outros, ao ponto de ir na casa das pessoas! E pasmem, sem avisar antes. Deixa eu explicar como era: toc toc, e aí!!!! A mágica acontecia. Claro que cada um tinha seu ritual de encontrar-se fisicamente com os amigos, e para o espanto de todos, conseguir prestar atenção no que as pessoas amigas diziam, sem desviar o olhar para a tela do celular.
Sim, o celular é meu inimigo. Como disse meu amigo: “já imaginou um negócio desses?” Imagino todo dia…o que eram notificações em 1990? Acredito que poucos de nós saberíamos usar tal palavra em um contexto bem extenso… nesse tempo, tínhamos até apelidos, não éramos tão brancos ou negros, nem tão lgbt…o mundo era analógico e o amor era muito mais do que esta palavra tão esquecida. Sim, o amor existia sem que precisássemos “dar notícia” dele.
Saudosista demais este rapaz? Com toda a certeza! Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que estou pensando seriamente em abandonar esta tela. É o vício dos vícios! É literalmente a amplificação do vício. Beber? Vamos marcar. Jogar? Vamos marcar. Sexo, drogas e nem o rock and roll existem mais! “Esquema”? era esperar passar em frente ao colégio ou na calçada. Tudo fazia sentido e nada precisava ter sentido. Nossa conexão era lenta, porém, duradoura. Nossa necessidade de mais e mais e mais e melhor e pior e sei lá mais o que, era apenas quando as coisas estavam muito ruins…
Sim, a humanidade falhou. Estamos condenados a vagar pela tela super amoled ultra-hd gorilla glass infinito! O homem se tornou mulher, a mulher perdeu a graça e a "minha nossa senhora", só deus sabe!
Talvez, se eu saísse agora da tela, eu melhorasse como pessoa e melhoraria em pessoa. O “eu” nunca esteve tão presente entre, literalmente, nós. Vamos tentar viver sem? Se a resposta for "impossível", lamento, pois padecemos do mesmo mal. quem sabe diminuir e aumentando a ausência do aparelho...quem sabe consiga, sei lá. Tentamos ou está bom assim mesmo? Enfim, a vida é aquilo que acontece ao nascermos. Viver é aquilo que se faz antes de morrer. Então, cada um escolhe como viver.
Vivemos a ampliação do nosso ego, em detrimento da busca de sentido que a vida deveria ter. Concorde ou não, está é minha opinião. Certo ou errado, nem o tempo dirá...