Eu poderia contar mil histórias que vi e outras tantas mil que me contaram. Mas irei me ater aos fatos atuais...pelo menos tentarei. Sei que são poucos que param para ler algo que tenha mais que 3 palavras. E certamente está é a maioria da população, até porque, poucos são aqueles que não são analfabetos funcionais, ou seja, leem, mas não sabem interpretar o que leram.
Estaria eu chamando o povo de burro? Não, apenas que a maioria não tem condição de ver além das paixões, no caso, políticas.
Sou um cara chato, amargo, ranzinza, besta, desocupado e
tantos outros adjetivos que você possa me descrever. Como eu disse certa vez a um,
já falecido, ex-primeiro-ministro da cidade: “se você parou pra ouvir alguém
falar mal de mim, acredite nele e não na nossa amizade”.
Pode parecer meio confuso, mas
logo chegarei ao ponto. Pronto, o ponto chegou.
Quando se é prefeito de uma
cidade onde as paixões políticas são o que movem as peças do tabuleiro, de
damas, pois xadrez é algo incompreensível para estes atores, uma miríade de
gente se encosta no prefeito. Gente que chamava ele ou familiares de assassino,
de trambiqueiro e outras tantas coisas!
Mas é aqui que existe o grande
equívoco, que já vi acontecer...”10, 10!” Existe, e o governante não resiste, o
gracejo do poder. Para simplificar: quem não gosta daqueles lhe abanando,
servindo uvas, enquanto você pensa que é o imperador que tudo pode e tudo sabe!
O ser humano é vaidoso, pois
ninguém gosta de alguém falando mal de você. Então, o que o prefeito faz? Para evitar
o processo judicial: chama aí todo mundo que ama nossa cidade e não se importa
com cargos, dinheiro e outras coisas mais, e vamos fazer uma grande coalizão
pelo bem de Quixadá! Eita, imagina aí se isso fosse verdade, esse amor pela
cidade...ah, aqui seria a Suíça.
Mas sejamos sinceros, isso é
quase irresistível! Aí, onde você anda todo mundo aplaude, quer tirar foto, fica
gritando “já ganhou, já ganhou!” ..., porém, vem o vento e derruba a casa
construída na areia, vem a chuva e leva o sonho da casa própria construída em
qualquer lugar e de qualquer jeito!
Culpa do povo? Não, pois
acredito que todos querem uma casinha para morar, mesmo que ela seja dentro da
lama ou em um lugar onde não existe esgoto ou calçamento! É como muita gente vive
aqui na cidade. E o prefeito, tem culpa?
Eu era menino e já entrava água nas casas da rodrigues jr. Eu nem sabia que existia rodoviária e já entrava água lá também, rua padre Cicero, sem milagres, e tantas outras localidades que eu não faço a menor ideia onde são, mas que entram água também! E a culpa é de quem joga lixo nas ruas? Meu povo, é querer esticar demais a baladeira. Mas digamos que fosse, que todos fossemos uns verdadeiros porcos e estamos saindo na mesma hora, todo dia e o dia todo para jogar lixo nas ruas...ninguém fiscaliza a população jogando lixo nas ruas?
Mas voltemos ao fato principal
que é o descolamento da realidade. Como eu disse, eu conheço o centro do poder
e como ele funciona; já estive lá, infelizmente. Sei como é, onde fica e como
funciona. Só que o atual prefeito tem um grande problema: ele não tem mais a
rádio para avisar que está faltando, digamos, por exemplo, gaze no posto ou que
o dr fulano de tal não apareceu, ou que o carro do lixo não passou na rua sei
que lá ou se a cidade está uma buraqueira só!
Ao não ter ninguém criticando,
seriamente, perde-se a perspectiva da realidade; e este é um mal que o poder traz, pois ninguém quer
se indispor, ninguém quer falar a verdade e a realidade das ruas esburacadas ou
daquele serviço seboso do intertravado. O cedro, ou o caminho até chegar lá,
vira problema do estado, e os alunos da Fadat? São coisas e mais coisas que existem, mas não falam.
E aqui não é alguém que
deveria ter ódio do prefeito, pelo contrário, nutri a esperança nele tanto
quanto muitos que dele se afastaram. Como eu disse, é babão demais num canto
só, e meu pai já dizia: quem muito se abaixa...e eu não tenho essa vontade de
me abaixar para ninguém.
Prefeito, farei este texto
chegar a você, não porque quero o seu bem, mas por lembrar o que eu, como
servidor público municipal, passei quando o PT esteve no poder. A humilhação de
todo jeito, o esculacho, a grosseria e a falta de respeito que esse povo tinha
comigo e com aqueles que eram “contra”. Se fosse contar aqui, dificilmente
alguém acreditaria, mas é algo que passou e eu espero não passar mais por
aquilo.
Dr. Ricardo, já fui seu fã. Já
fomos amigos, pelo menos da minha parte eu o considerava como da família. Porém, grandes homens se juntam para fazer o bem, enquanto homens pequenos se separam
para fazer o mal um ao outro. Este que vos fala, sabia das suas boas intenções
e até hoje não duvido delas, mas muitos desses que estão a sua volta, ao seu
redor, rondando-lhe como as hienas fazem quando estão para comer o grande leão
ferido, querem apenas o bem próprio, não se importando com a população que
tanto gosta de você.
Reaja, pois ainda dá tempo. Pare
com essa de “já ganhou, pam pam pam”. Isso é coisa de menino mimado que não
está nem aí se o circo pegar fogo! E inteligente como sei que você é, veja um
dado importante: desde que o ex-prefeito Ilário Marques saiu e entrou o Dr.
Rômulo, ninguém se reelegeu. O próprio Romulo, depois o 10, 10, tivemos o Ci,
depois Ilário, João Paulo por alguns meses, Ilário e você. Esse balanço
político diz algo que é muito nítido: muitas lideranças trocam de lado por esse "amor a Quixadá". Muita gente não tem vergonha de lhe chamar de vagabundo hoje e
amanhã está de braços e abraços com você.
Eu sei e você sabe que eu estou
falando, não a verdade, mas a realidade. Se afaste desse sol maravilhoso que é
a vaidade e se curve diante da necessidade do povo que o elegeu. Tem gente do
seu lado que está apenas ao seu lado, mas que só conhece o próprio lado. Como disse,
eu poderia ficar calado e fazer de conta que está tudo bem, pois de certa
forma, é mais fácil ficar calado do que falar esse tipo de coisa; é mais cômodo
e talvez, mais seguro.
No mais, espero que aqueles que estão passando necessidade, com os alagamentos, tenham melhor sorte e que nós, privilegiados, consigamos nos ajudar, vendo o que é preciso ser feito para melhorar a vida da população.
Melhor tirar a venda e sofrer, do que continuar
vendado e continuar sofrendo. Quixadá merece mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário