domingo, 24 de novembro de 2019

Pense um pouco...

Pense um pouco...

Qualquer relação humana é caracterizada pela 
empatia ou indiferença.
Caracterizo o verbete empatia, como sendo o sentimento de colocar -se no lugar do outro. Está é a empatia: uma experiência que transcende nosso invólucro corpóreo, remetendo-nos a alguém que está, digamos, na alça dos nossos olhos e interesses, mesmo que fugazes.
Dentro dessa empatia, o sujeito empático deve procurar compreender e se desprender de certos dogmas pessoais, na tentativa de comunicar -se com o "eu" do outro e ter uma reciprocidade.
As motivações podem ser várias e se quisermos algo de alguém, temos que nos tornar profundamente empáticos.
Ser indiferente, e aqui não trago o verbete como sendo algo antônimo a empatia, mas algo que, pra mim, serve a um único propósito, ("pela falta de interesse, descaso, atenção"), o de requisitar a empatia do leitor.
Evidencia-se, nessa esteira linguística, a sensação de unir os significados em um só pensamento, permutando, ora pelo interesse, ora pelo desinteresse; até mesmo, e talvez pelo principal, despreparo.
Nessa caixa de palavras e evidentes interesses, meus e dos leitores, procuramos, se me são empáticos ou procuro, se me são indiferentes, estabelecer o quanto as pessoas podem ser facilmente conquistadas. Ou não é o objetivo de todos sermos ouvidos?
Quem se quer fazer ouvir, grita; quem quer ser escutado, tem que empatizar.
Eis aqui o cerne desta questão: conquistar é empatia, indiferença é ausência da conquista. Não haver conquista sem empatia; não pelo menos se quisermos algo que não seja feito pelo medo ou terror.
Quem ama os amigos, parentes ou quer ser escutado, cria empatia. Já quem quer a indiferença, mas mesmo assim, ser ouvido, cria o terror e a indiferença. 
Os conceitos, as bravatas ou as indicações, são de mero formalismo. Quaisquer atitudes de quem quer conquistar são especulações permitidas, desde que tenham esse fim: empático.
A liderança vem pelo medo, sim! Mas em momento algo existirá certeza nela. Não haverá numa liderança tirana, o véu do bem-querer, e este é quem faz florescer as relações coletivas. Se vamos pelo caminho mais simples: uma caminhada pela rua, tiramos dos olhares um ou outro sentimento. O povo é empático com quem o ama e se alimenta de fazer o bem. Já se o tirano passa na rua, muitos baixam a cabeça, temem, outros gritam, esbravejam, mas sabem que a represália é certa.
E essa palavra, represália, representa o poder do tirano covarde. O tirano busca a simpatia. Trago-a como sentimento fugaz; algo que logo passa e se transforma. Não é amor, mas pode ser devoção.
A empatia é um domo, que protege os mais fracos. Ela age corretamente. Faz do sentimento de necessidade, uma voz única aos olhos de quem a vê. Não é aqui que encontramos a piedade, mas a maquinação do coração humano: pleno, latente e amigo.
Todos somos falhos. Existem-nos momentos delicados, onde apenas os olhos que nos conhecem sabem ver. Interessante que enxergar já seria um verbete usado, digamos, para quem é indiferente...
Nessas falhas e nesses tons tão cinzas da vida, nossa indiferença causa divisão, nossa empatia, solução. Longe de mim por uma pedra no assunto, mas busco a reflexão de quem apenas enxerga oportunidades e deixa de ver o que há por trás de tudo.
O ser humano é uma massa corpórea complexa; seus instintos o tornam uma máquina simples; sua vontade de ser visto não é a mesma de ser lembrado. Precisa de um pouco mais de atenção e empatia. Sem isso, está fadado a ser indiferente.
Claro que a indiferença, pra mim, é muito mais complexa que a empatia; merece sempre ser vista e compreendida.
Sou empático, mas jamais serei indiferente ao sofrimento de quem quer que seja. Não é o norte que me guia, apenas uma necessidade de fazer a máquina humana compreender-se melhor.
Dê um passo atrás e melhore aquilo que vê e depois percebe que apenas enxergava.
Volte, dê um passo a frente e crie empatia com aqueles que estão precisando.
Faça o melhor para que tudo seja mais humano.

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