sábado, 14 de julho de 2012

Nem tanto. Portanto...





As pessoas são objetos de estudo dos mais variados temas e suposições. Mas uma coisa elas tem que ter em comum: serem elas mesmas, mas sem deixarem de ser normais. Diferentemente iguais em forma, mas igualmente diferentes em reação. Não é a toa que tudo está como sempre esteve: indefinido.

Há de se sonhar com um mundo perfeito, onde os sonhos são simples singelos e jamais acabam! Onde as pessoas se congratulem em religião, preconceitos e necessidades das mais variadas. Um mundo correto; um mundo fraterno e ao mesmo tempo singular.

Dá para ser assim? Não, nunca será.

A dor tem que existir e da mais diversas formas. O homem tem que evoluir com a dor e dela tirar sua forma de ser e de reagir aos estímulos do mundo. Ninguém pode se afastar ou se isolar de tudo isso, pois assim sendo, não seremos mais sociais, e sim, Neandertais.

Os filósofos procuram divagar sobre suas próprias consciências e necessidade; eles veem o mundo com os olhos de quem vê o sol em pleno dia. Os pensadores não sabem mais de mundo que nós mesmo, os meros e tolos mortais.

Os médicos, curandeiros ou afetivo-psiquicos, são impulsionados pela perspectiva da necessidade e ensinados a prever e prescrever nossos caminhos. Não sabem mais do que nós, pois não são capazes de evitar o inevitável.

De que me serve viver melhor e enfrentar os medos, se tudo terá o mesmo fim? De que me serve escolher entre tantos modos de viver, se tudo dá no mesmo?

Uns tem fé, e outros tem a si mesmo. Mas ninguém acredita em nós mesmos; somos incapazes de vivenciar de forma pura e cristalina, todas as mazelas da vida, assim como também suas felicidades.

Não existimos para sermos eternos e nem para sermos perfeitos. Existimos assim, somos "assado", vivemos de qualquer jeito. Não, não fomos ensinados dessa forma.

Trazemos na mente todas as páginas do livro humano da organização; de como temos que ser e como temos que nos determinar diante nossa infimia linha da vida. Os pormenores são apenas contratempos sem lógica. Perceber que as nuances é coisa de louco ou perda de tempo, ou até mesmo uma bela viagem ao esquecimento...

Somos coisas e não pessoas. Sou humano e não uno.

As pessoas são objetos de sua própria história e de sua imprópria vida. Destacamos-nos em todas as partes do mundo, principalmente no tocante enganatório do irreal. Insisto em prever nosso fim, sem se quer saber o porquê de estarmos aqui. A vida é feita de grandes e minuciosos estudos, mas o principal estudo não existe: O porquê de tudo não existir.

Divagamos, curamos, sociabilizamos, mas não abstraímos. Não nos dotamos do paradoxo da inexistência. Nunca achamos que estamos perdidos para sempre, pois no sempre, há uma esperança. O ser é tão infinito quanto sua história é passado. Não somos, pois nunca existimos em um tempo tão pequeno, frente a imensidão universal.

Passamos a existir pelo complexo fato biológico do nascimento, mas antes disso houve infinitos acontecimentos para que nós “acontecêssemos”. Incrível pensar em tanta coisa e não desistir na hora que se toma consciência de tudo! E pior, não sabemos de nada. Estar aqui foi por causa disso, que deu causa aquilo, que acabou sendo nós.

Com o tempo e com mais afazeres, deixamos o mundo seguir seu rumo; a vida seguir suas vontades. Nesse meio tempo, apresentam-nos algumas escolhas e isso chamam livre-arbítrio. Se livre fôssemos, não nos sujeitaríamos a censura da opinião diversa. Por mais que tentemos nos abstrair, não podemos, pois não é assim que as coisas são.

Queria voar e com os pássaros sentir que eles não sentem nada demais. Queria saber o que os animais não sentem. Queira não existir pelo tempo, como as montanhas inexistem. Mas não podemos ser aquilo que os fatores do acaso decidiram por nós. Não temos espaço suficiente na vida para abstrair na reflexão. Somos escravos dos dias e do pouco tempo que dispomos para nos mantermos vivos... Muitas vezes, viver parece apenas uma forma de morrer de uma forma melhor.

Os pensadores, e seus imbróglios psicológicos, são médicos que não curam, mas que fingem saber que as respostas estão na não existência do porque da pergunta. O homem não deveria existir, assim como os pássaros deveriam sentir vontade de serem eternos. O homem é uma causa sem causa, um abismo cheio de porquês; é uma pergunta ambulante que não deve ser respondida, apenas vivida. Somos nada além disso que não vemos, o infinito.

O homem é uma falsa verdade que com o tempo simplesmente se aperfeiçoou no que de melhor podia, que é a sua vontade de ter razão para existir.

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