quarta-feira, 6 de julho de 2011

Acorda que o futuro é agora.

 Muitos que hoje brigam para terem seus direitos vistos e assistidos pela justiça dos homens, mal se lembram quem ofenderam ontem, e ou nem mesmo sabem quem humilharam agora. Nossa cidade é e está assim: briga de bispo, e não é xadrez; briga de ex-amigos políticos, e não é em prol da população; brigas entre cidadãos, e não é por melhorias; brigas de todos contra todos, e não é rebelião, nem tampouco revolta.

Hoje brigamos por direitos meramente imprescindiveis as nossas banalizadas necessidades. Nunca antes o banal foi tão bem quisto como agora. E porque aqui no sertão seria diferente? Vivemos, ainda, um reflexo paralelo da relação metropole-colônia, onde os que se acham no direito, validam os seus oprimindo o direito dos outros. A sombra da metropole ainda visita a consciência polítca brasileira, aferindo os seus ganhos e suprimindo os seus erros nas costas do povo. O povo parece estar morto e com ele morreu a revolução. Nossas mentes não mais "derramam" o ouro, mas "derramam" o suor muito mais taxado do que nunca antes visto no país.

Poderia parafrasear dizendo que a burguesia fede; poderia suprimir minha ousadia em achar que a vida é assim; mas me pergunto: aonde foram parar os valores desse país? Alguns diriam que em alguma conta na Suiça, outros em alguma cueca por ai, e outros não mais ou menos sérios, diriam que está nas mãos sujas dos malfeitores políticos. Mas eles tem a nossa validação por meio do voto. Simplesmente estão sendo pagos para nos roubar!

Nós colocamos nosso dinheiro, saúde, educação, segurança, transporte e outros tantos requisitos no mínimo essenciais, em poder de quem sabemos ser desonesto. Seria mesmo preciso criar uma lei ficha limpa? Mais uma vez parafraseando: " Que país é este?" Seria, ou é preciso, jornais ou folhetins abrindo diariamente nossos olhos para tanta roubalheira?

Os ricos continuam ricos. Os pobres, encurralados, pois vivem ainda no curral eleitoral, estão cada vez mais pobre de pertences e principalmente de vontade própria, se vendo dominados pela esmola estatal. A balança da justiça cada vez mais se curva ao dinheiro... E sempre foi assim? Sempre. O dinheiro pouco não foi o bastante pra corromper os que ainda resistem a ele. O ranger dos dentes, da fome de consciência, cada vez mais alimentada pela injustiça, fica mais ameno aos ouvidos do povo já tão acostumado a roubalheira. A dignidade está atônita, ao ver morrerem, abraçadas, a moral e a ética.

O voto que deveria libertar das amarras injustas do destino pobre e dar condições de poder buscar igualdade e ascensão social, se veste de carrasco, prendendo-nos as promeças quase franciscanas de melhorias instantaneas, nutridas pelo cimento ou pela telha da promiscua relação politico-eleitor. O povo é pobre não só de alimento, mas principalmente de consciência. Consciência diversa que amarra meus pensametos à esperança de ainda vivermos outros tempos.

Na impossibilidade de sobreviver eternamente, para quem sabe ver a mudança acontecer, o que podemos fazer é refletir e imaginar um mundo melhor, com pessoas melhores. Nosso mundo, quixadaense, é pequeno demais para revolucionar a nação, mas diante o nosso universo monolítico, é grande demais para se omitir e ver morrer em vão os ideais passados de ilustres quixadaenses. Acreditando que um futuro melhor é sempre esperado pelos que já passaram, tentemos mudar e acreditar que a sua mudança, mesmo que mínima, possa iluminar uma consciência vizinha.

Não será nas próximas eleições que mudaremos nosso mundo monolítico, mas pelo menos não nos deixemos lembrar, nos versos do futuro próximo, como uma cidade leniente e parada, comprimida e invejosa pela dinâmica dos nossos vizinhos, que infelizmente não nos inspiram, ainda, a mudar.

É certamente com tristeza que um pai enterra o filho, mas é muito mais triste uma cidade enterrar seus filhos na desgraça descrente de um momento político. Mostremos aos mais jovens que a esperança é verdadeira e que o futuro apenas nos aguarda para nos felicitar e nos agradecer por acreditarmos nele. Um dia veremos, assim espero, que um povo histórico, como o quixadaense, não fora lembrado apenas por um momento ruim, mas por uma eternidade batalhadora e frutifera, onde nos esquivamos do erro e nos abraçamos a liberdade de poder mudar.

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