segunda-feira, 31 de agosto de 2009

...mais demoro a chegar.

Eis que dobro mais uma esquina;
Quem vem lá?
Quem se aproxima?
Será que sabe que sou eu
Ou apenas esqueceu simplesmente
De me matar completamente
Que outrora fora seu?

Mas haverá alguém assim tão descrente?
Sem coração caminha...
Nem se achar quem vinha
Meus passos escutar,
Dormir nas ruas que tanto curvo
Espectro solo e turvo
Louco a delirar!

Escrever, pois depressa à calçada,
As últimas frases.
Os primeiros versos, cada,
De sentir que tenho tudo;
Os “escutos” de um mudo;
O agradar da navalha;
Dor que nunca me faltou...

Eis que dobro o impossível:
Lá, não havia nada.
Apenas um senhor de braços curvos.
Chamado destino.
A me tratar feito menino;
E me deixar sem solo ou chão.
Dizendo que quanto mais me aproximo...

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