sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Cadeado

Há uma ponte, bem distante, 
Cheia de cadeados e sonhos. 
As pessoas, tem rostos tristonhos,
Ouvem vãs palavras distantes.

Lembram, choram e divagam. 
Ouvem gemidos, gritos longos...
Fazem promessas, de assombro!
Querem ser felizes e se calam.

Nessa náusea por estar suspenso
Numa realidade sem igual
Achamos ser aquilo, como tal
um navegar de descenso.

E talvez não seja nada demais. 
E mesmo isto não sendo, 
e quem chora, eu entendo,
que ri e pede passagem.

Na outra margem, há risos.
A alegria, lá, impera.
Há esplendor, prospera
O calor sol sol do novo amor.

O tempo, a todo tempo, 
Jamais desiste. Insiste! 
Persegue a felicidade
Nessa ou em outra ponte
Que é a fonte para a calamidade. 

Não é o cadeado que te prende
Nem a fuga que nos cala,
Pois acredite, quem mais entende,
De sofrer, é quem vos fala.