quarta-feira, 7 de julho de 2021

Na fila da vacina: uma lição de vida

 


 

Parafraseando, pessimamente, o atual presidente: Temos um povo terrivelmente ignorante; um povo terrivelmente carente; um povo terrivelmente perdido e sem rumo.

Educação é apenas boas notas ou dizer um “bom dia” onde quer que cheguemos. Mas não é só isso. Educação é algo muito mais profundo. É incrível a falsa noção que o povo tem de humildade. Nem precisa ser governante para ser humilde, basta abraçar alguns pobres e passar 45 dias sendo humilde, pegando criança no colo, bebendo água do pote e pronto! Eis um humilde.

Nem jesus é lembrado como alguém humilde! É capaz Ele chegar numa fila qualquer e se expulso por suas roupas não chamativas e humildes.

Sei lá, não sei onde vamos parar com tanta gente ignorante. A ignorância é, nesse contexto, uma falta de senso crítico. Escuto alguns, na fila, dizendo que “essa vacina dá febre, uma conhecida minha quase morre, meu marido passou muito mal (o humilde dr,), já comprei a dipirona, ei essa vacina é aquela que dá febre? Vou tomar não!”

Carecemos demais de gente bem intencionada. A classe política é uma decepção vergonhosa e vendida.

Em nossa cidade mesmo, cite um nome que luta a luta do povo? Só um que não esteja nos braços do prefeito ou querendo vir pro lado dele. Não, não temos políticos assim. Estão nas mãos dos privilégios pagos com o nosso dinheiro.

Ser político é apenas meio de vida e meio de se dar bem, ficar com os benefícios que o cargo tem. Além da faceta de ser alguém importante. Após a eleição...hum, muitas máscaras caem, outras ficam de tanto que já fazem parte do indivíduo.

É triste. Eu fico triste.

Não aprendemos nada, nada, nada!

Aprendo muito com o pouco que fico perto de pessoas desconhecidas. Percebo o quanto vivo distante da realidade que a TV lhes proporciona. Aliás, a TV é um grande desserviço, fora milhares de outras coisas que achamos que tem algum valor axiológico. Seria um pleonasmo? Sabe-se lá, mas cada um com seu cada qual.

Muitos ali na fila, jamais quebrarão as correntes e ou tirarão as vendas dos olhos, que uma educação pífia lhes proporciona. Outros apenas não sabem que ignoram. Mais uma outra parte jamais parará um instante para refletir sobre a vida e suas consequências, principalmente, o voto dado em troca de dinheiro ou alguma outra coisa de valor financeiro.

Vacina no braço, atendimento bem legal, atendentes educadas. “oi, tchau e fui”.

Após tomar a vacina, no postinho, sentei lá fora um instante. 5 minutos pensando o que passamos nesses quase ano e meio de pandemia. Gente morrendo, gente brigando por políticos e suas ideias loucas, gente procurando ter razão em alguma discussão medicamentosa, gente ficando cada vez mais distante da razão de existirmos.

Levantei, sai, cheguei em casa e aqui estou escrevendo. Um misto de revolta/felicidade, pois mesmo vacinado, a sina da morte ainda perdurará em nosso caminho. Independentemente de estar vacinado, cedo ou tarde o nosso fim estará por aí, seja pelo vírus chines, seja por outra doença, bem ou mal estamos fadados a sermos finitos.

Enquanto a morte não nos chegamos, quem sabe consigamos aplacar essa ignorância no povo. Quem sabe um dia as coisas melhorem e vejamos os mais “capacitados” olhando verdadeiramente para o povão.

Eu não sou do povo, mas prefiro estar perto de gente ignorante, humilde por natureza ou por falta de oportunidade de ser diferente, do que perto de político que “se passa” de humilde.

Um dia eu chego lá, mas nunca chegarei a ser hipócrita de dizer que sou humilde, não sou! Sou apenas, nas palavras deles, o besta e afins...

E eu já ia esquecendo: um dia, aqui nessa vida, todo mal feito é pago.

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