quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PODE HAVER?


Pés lindos, caminhar traquilo.
Esperar tardio e sem ideais
colocar no peito o dizer: jamais!
meu barato amigo,um velho grilo.
sem respoder-me , estás com medo?
sou teu amigo; sou teu passado!
já fomos fruto,fomos segredo
hoje somos nada e nada mais...
quem possa ajudar? não temos!
estamos sós...a sós demais!
passamos muito, nem percebemos,
que o hoje,agora, é nunca mais!
o nosso tempo; a nossa glória,
se ainda existem... sem ideais.
meu criado grilo, como podemos,
ainda estar entre os mortais...
Meu caminho e o teu caminhar
de semelhança vivem entender.
o mesmo passo,a mesma história
o que foi de vida, hoje é morrer.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Bio-tipo

Será que ainda existe esperança?
Meus ídolos, todos, morreram.
Meus ideais, combalidos, desfaleceram...
E eu não sou mais criança.
A onda perdeu altura e beleza.
De tsunami virou marola.
As promessas, dos tempos de escola,
Viraram desgraça em vez de riqueza...
O que mais pode acontecer?
Quem sabe as coisas melhorem.
Quem sabe elas piorem.
Quem sabe eu posso morrer...
Morrer em paz?
Morrer em trilos?
Morrer sem fé,
sem filhos...
Morrer, apenas desfalecer.
Cair no chão.
Chegar ao chão.
Ficar no chão.
Permanecer no chão.
Servir de adubo
Pra quem sabe virar uma árvore!
Sem frutos, mas com sombra...
Uma bela árvore,
Um lindo pôr-do-sol!
Sendo constantemente abraçado,
Sendo tocado!
Sendo livre pra sentir os livres!
Sendo o que todos querem ser:
Lembranças para os que aqui estiveram.
Ah...
Não posso ser uma árvore,
Eu demoraria muito pra crescer!
Tenho que ser algo mais rápido...
Tipo...
Sem tipos...
Como se fosse...
Como se fosse alguém.