Escrever é fácil, difícil é ter alguém que leia. Dito isto, vamos de The Beatles. Nessa música, do título, conta a história de um homem comum que queria ser escritor de romances. Resumindo: e ele não importava dinheiro, ou fama, ele queria apenas ser.
E daí? Muitos de nós, se não todos, chegamos e chegamos, mas nunca paramos nos lugares. Somos revisitados pela "mosca" do infortúnio ou pela "mosca" da avareza, pois estamos sempre querendo mais e mais. Em busca, por vezes doentia, de reconhecimento.
O homem da música queria apenas ser um escritor. Talvez fosse para ele o bastante, ser algo que o deixasse na lembrança de alguém, ou ser alguém que fez algo a ser lembrado. Todos estamos nessa: reconhecimento. Ao homem cabe a luta, a glória vem com o tempo.
Van Gogh, em um filme sobre sua vida, após ser internado, conversava com um padre sobre quem ele era e o que ele fazia. Dizia ele ser um pintor. Mas o padre disse: "desses quadros feios?" Talvez, disse o padre, seus quadros estejam a frente do seu tempo e quem os achará importantes, sequer nasceu!
Quem sabe não estejamos nessa espiral da busca por: reconhecimento. Talvez não sejamos entendidos agora. Talvez, anos e anos e décadas de vida, não tenha nos trazido, ainda, o que realmente somos: incompreendidos. Ou, pior, sejamos apenas um pontinho marrom no chão da história, fadados a sermos mais um ou menos um, tanto faz.
Talvez jamais seremos a primeira página, ou a segunda; talvez nossa história não apareça em livro algum. Talvez nossa vida tivesse que ter sido monótona ou cheia de aventuras; talvez sejamos importantes para pessoas que nós não damos importância. Talvez...quem sabe?
Ser a primeira página, talvez não seja nosso destino. Estaremos, como na música, no bolso de traz de um velho romance, dure o que durar nossas vidas. Alguns viram lenda, outros, famosos, mas a maioria foi apenas um homem e uma mulher comuns.
Enfim, é o fim deste texto, mas jamais será o final da busca por reconhecimento, talvez, de quem realmente se importe com a nossa vida pequena, miserável, mas, jamais, indispensável.