terça-feira, 8 de novembro de 2016

Dos maus, a maldade. Dos bons, o silêncio.

Não sei quando, mas deve ter sido ainda na infância que percebi que existem as más pessoas. Gente ruim, sem amor além daquilo que lhes pertence e podem controlar.
Nesse meio tempo de vida, não só na minha perspectiva, vemos, presenciamos e sentimos o estalar dos ossos do amor e da fraternidade, que começo a achar nunca ter existido.
O mundo é mal. Mas ele é feito de pessoas. Nossa interioridade é definida por uma série de fatores, que acredito não poderem mudar em uma só eternidade. Se somos, somos; o que não somos, jamais nos tornaremos.
Então, o que fazer dentro dessa perspectiva de imutabilidade? Incluir freios tão severos quanto a maldade que toca a razão de sermos sociais.
Viver em sociedade é adquirir suas dores, compartilhar suas angústias e lamentar os mortos. Não existe um momento feliz-social, podem haver conjecturas que levem uma boa parte da sociedade a se regozijar. Mas nem essa tal "imperiosidade" passageira e feliz, deixa nos ser bons.
O homem nasce chorando, zangado por ter saído do corpo da mãe. Leva palmada, esfregões no rosto, dão-lhe de beber algo jamais sentido e mesmo assim, por tempos, ele não entende o que há lá fora. Cresce subitamente. Fica "lindo". Depois começa a florescer na danação e na inquietude das noites mal dormidas.
Seria o homem, nos poucos meses de vida, já mal? Acredito que nascemos propensos, mas a maldade é a marca de uma eternidade. Somos maus, egoístas e racionais para medir o quanto fazemos.
O homem bom é um desvio no seixo da rocha bruta. O mal é lapidar. Sem o mal o mundo não existiria. Tudo que crescer é dolorido, às custas do esforço. Esse é o bem crescendo dentro do mal: se esforçando pra progredir em um terreno infértil.  (continua)