sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A diferença entre os líderes.


Basicamente, líderes são obstinados. Tem seus capachos, seus inimigos e os "seus", conhecidamente intocáveis. A obstinação do líder vem de sua vontade de fazer aquilo que é preciso. O líder é obstinado pela liderança; ama aquilo que faz; mata e morre com os "seus".
Até aqui, falo Do Líder. Falo No Líder.
Já um líder e não O líder, é e pode ser qualquer um. Pode ser alguém que vai passando ou alguém que logo passa. Um líder é tão genericamente esquecido quanto aqueles que ele lidera. Um líder passa, O líder é eterno.
Os nossos país nos são Os líderes. Deles tiramos as primeiras conclusões sobre tudo. Eles nos ensinam por onde andar e como não sermos derrotados pela vida.
Nossos amigos são "um líder", em sua maioria. Quase todos passam, de tempos em tempo eles mudam.
Mas entre todos esses entes e entidades amigáveis, todos eles tem algo em comum: ninguém é para sempre.
Nenhum líder é eterno. Líderes são cíclicos. Líderes fracos morrem à própria sombra. Líderes fortes são guerreiros, gostam de sentir o "sangue" na ponta da lança. O verdadeiro líder é como um pai, protege e ama sua prole; não se faz de vencido, pois ele é invencível.
O liderado é adorador do verdadeiro líder. Presta-lhe eternas homenagens; ama-o indefinidamente.
Dificilmente vemos tantos ou até mesmo algum líder verdadeiro. O mundo está muito fraco de lideres. Temos várias lideranças, mas quase nenhuma confiança nelas. Muitas mudanças matam uma liderança. Mesmo as decisões sendo cíclicas, o que une a coletividade é a certeza de poder contar com o poder central, seja ele de onde vier e o que signifique.
Uma coisa que aprendi com tudo que já vi e escutei dos líderes: nunca confie em quem te trai uma vez. Confiança não é algo que aceite existir sob a sombra da reincidência.
O verdadeiro líder não precisa se preocupar com seus capachos. Já o líder fraco, deveria se preocupar com os "seus". Uma formiga não é nada, mas uma, duas ou três, podem acabar incomodando muito.



quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A morte por decreto.



O poder público não pode ser lacônico; pelo contrário, deve ser completo e vetorial. Aos representantes do povo, cabe ressarcir o povo pelo voto que lhe foi confiado. É como um grande pastoril, onde a coletividade, interessada e atenta, tivesse em seus representantes a verdadeira sombra, boa, e a água do saber coletivo.
Mas infelizmente o estado representativo não tem o temor que um déspota tem. O rei tem medo de seus súditos, então os massacra; os mata; os põe a ferro e fogo! Mas o rei não pode temer a morte pela opinião. O rei deve temer a morte por inanição. Um verdadeiro rei comanda ao som da sua vontade e não dá vontade de não morrer. E este tempo é tão diferente dos de hoje?
As pessoas comuns são como formigas: pequenas, trabalhadores, adoradoras, andam em fila, silentes e nunca param pra pensar. Quando acossadas, se espalham, tentam fugir; quando pisadas, morrem ou picam para morrer.
Os cidadãos comuns não tem a prerrogativa de viver em harmonia; os poderes sim, pois necessitam disso para que não ultrapassem o poder do outro, não criando, para si, os conflitos que os cidadãos tem uns com os outros. Deveriam, não por existirem assim, criar condições para um futuro melhor. Mas essa não é a realidade.
Entre tantos "Ruins", existe o maior mal de uma sociedade: não saber quem é, pra onde vai e como lá chegar. Mesmo os poderes públicos coexistindo para a manutenção da ordem social, não se completam, pois nada é feito para funcionar servindo o amanhã. Tudo é feito baseado no hoje.
Os sistemas que levam uma sociedade à ruína são básicos: pão, circo e uma pitada de interesse. O povo é pastoril, como antes dito. O povo quer defeitos para reclamar e soluções para o agora. As pessoas não se importam com daqui a vinte anos, como estarão ou como ficarão. Não existe velhice e nem tempos ruins.
Trazendo tudo isso para nossa cidade, esquecemos de onde vivíamos e como. A cidade era pacata, boêmia. Não se ouvia falar em crimes por dívidas de droga, pois a única droga, "lança-perfume", era habitualmente e preferencialmente consumida, nos carnavais da vida.
Hoje o dia a dia mata e está muito mais relacionado com a desordem social vivida, do que as fracas mentes podem sorver, literalmente. Vivenciamos a boemia da pior forma possível, pois o som alto dos carros, evidencia o quanto queremos conversar.
Uma cidade que diz que menores podem ir calmamente às festas, é no mínino imbecil, pois algum palhaço ri em achar que alguém vai pra festa para não beber? Querem beber, fumar, fuder e outras coisas mais?! Que façam sem a anuência do poder público. Mais uma vez: o poder público deveria pelo menos fingir que se importa com o amanhã.  Porque o agora é "correr contra o tempo, porque a festa é sábado". Durma-se com um barulho desses!
Diversão é muito bom. Conhecer pessoas novas, beijar, amar e quem sabe ter algo mais sério. Não há nada contra isso, pelo contrário, há tudo a favor, desde que seja saudável. Uma cidade é bonita quando é bem cuidada, tem organização. Uma cidade organizada torna-se referência; torna-se ícone. Uma cidade diferenciada não é igual às outras! Claro, mas parece que não!
Hoje o amor quixadaense é feito nos motéis e não nas calçadas, de cadeirinha. Não existe mais o glamuor da conquista e nem a emoção de "sair escondido do pai ciumento"; hoje é banal e muito mais que isso, o amor morreu para muitos...
O Açude Cedro era o recanto do final de semana. Era o cartão postal cravado na vida do cidadão quixadaense. Lá era o local de beber todas e mais um pouco. Os clubes, como a AABB, Comercial e Balneário eram esfinges de uma sociedade PACATA. E o que são hoje, tais clubes? Pensem.
Um ato tomado pelo poder representativo do povo, não pode ser tomado por "falei com o fulano"; os poderes, mesmo podres, deveriam pelo menos fazer de conta que se importam com o amanhã... Mas Quixadá tem história e muitas outras histórias pra contar. Felizmente!
Antes éramos a cidade (dos que conheci e conheço) do Aziz Baquit, do Dr. Mesquita, do Dr. Everardo Silveira, do João Eudes Costa, do Dom Adélio; do imponente Banco do Brasil, do Nordeste, do BEC, da Maternidade, do colégio das irmãs, do GVA, dos campeões no Futsal, do Manel Bananeira, do Negão Eduardo, do bar do campina, do bar da estação, do Avante, das Barbearias... E hoje somos a cidade de quem mesmo? Qual é o nosso "point"?
Uma sociedade tem que evoluir para frente e não o contrário. Quixadá segue rumo ao esquecimento. Dá passos largos rumo a ser mais uma cidade sem história. Daqui a 20 anos lembraremos de quê?
Quando se caminha pelo caminho comum, nada é mais que nada; não existe surpresa, nem descoberta; é a morte do conhecimento.
As mentes que ontem bebiam, eram as que andavam pelo conhecimento, mentes esclarecidas e estudiosas. As de hoje? Deus tenha piedade dessa cidade, pois nem só de lixo viverá o homem...