quarta-feira, 25 de julho de 2012

Meu livro, eu.



Não tenho por mim me visto
tão ultimamente, assim, desconfiado.
Não sei se pelo que insisto,
ou pelo que não tenho tentado.

E num sonho, tão imprevisto,
não caio, não pulo e nem ensaio.
Sou um viajante que me reconquisto
a cada soneto improvisado.

Não me escondo e nem preciso,
tão escondido que sou inexisto.
Minha forma ninguém entende.

E se sou o que não sou, improviso
naquilo que não tenho disto,
e em tudo aquilo que me compreende.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O rei da razão.



"Não me canso de falar que te amo
E que ninguém vai tirar você de mim
Nada importa se eu tenho você comigo
Eu por você faço tudo
Pode crer no que eu digo..."

Ah Roberto, mah, para com isso... E é assim que é aqui, os fanáticos esquecem dos erros e simplemente amam. O amor, esquecem-se eles, é egoísta; não vê obstáculos, nem o feio enxerga. Só existe o belo e seu canto amoroso. Dos menos favorecidos aos mais abastados, tudo é love love love! Ama-se tudo, a qualquer hora e a qualquer tempo! As pessoas são frágeis demais, se enganam com qualquer um...
A nivel municipal, eleitoral e prosopopéico (só pra sacanear), pois aqui falamos de um ser quase mitológico, o amor é algo religioso É assim que a pobre, mas sofrida, população vê o candidato que teve sua candidatura impugnada pela justiça eleitoral; a maioria o vê como um grande amor, um amor incondicional. Fazendo assim é muito simples abrir um paralelo diante a toda e qualquer situação que envolve o amor e a irracionalidade.
Meu querido candidato João Hudson Rodriguês, esse texto é pra você e tenho certeza, pois tenho que acreditar que o meu amor é pela cidade e não pelo candidato!
Um amor não pode ser destruído por ninguém, e a maioria ama o outro candidato! O seu papel é bastante simples: Não adianta tentar mostrar a maioria que o outro não isso ou não aquilo,  ou que o outro não presta; você, para ganhar dele, tem que substituí-lo no coração do povo! É simples ver, mas muito complicado de se executar.
Mas a "tática" do outro lado tem uma grande falha: O amor do povo, por ele, é um paixão amorosa, como se qualquer erro ou qualquer aventura, pudesse ser perdoada sem castigo. E o erro é justamente ai, um amor maior existe do que esse amor apaixonado; um amor lento e cativado pelo exemplo de vida; um amor nítido e sem desculpas ou defesas; um amor familiar a quem cria sua prole; um amor filial.
Ao pai caba acolher o filho no erro, e o povo vem errando todos esses anos com essa paixão desenfreada e irresponsável. A cidade vem pagando com a perda de tantos benefícios, que somente as grandes festas podem esconder! O povo está revoltado e cego. Em terra de... Quem tem... É rei...
Nessa eleições eu tenho duas opções: Votar em quem nunca votei, ou votar em quem nunca foi votado. E ai, fácil né? Ele eu sei quem é e todo mundo sabe, é o cara das multidões, das festas, das colunas milionárias, das luminárias voltadas para o mato no estrada para o cedro, dos favorecimentos, da maracutáia, pelo menos é o que diz a justiça, e de tudo mais que represente o atraso e a enganação.  Praticante do Fisiologismo político! Ele teve a oportunidade de fazer e não fez. Aqui no alto são francisco, onde moro, se me mostrar uma obra em todos esse anos eu voto nele! Nada, nada, nada.
E você João Hudson, está preparado para ser o pai do povo? Eu estou me preparando para seguí-lo por 4 anos. Já sei o que o outro é capaz... Coisas boas não são. Você João Hudson, se vai ajudar o povo ajude logo, começando a tirar essa pedra do sapato do povo que contente com a dor que ela causa, tem medo de tirá-la. O povo está cego de amor e você como um pai sofrido e cuidadoso com seus filhos, há de por moral na maioria!
Ele está nas cordas, pronto para ser derrubado. Um empurrão e já era. Tire seus "filhos" da sala, João Hudson, e aplique uma "surra" moral nele! Você é honesto; ele é? Você é trabalhador; ele é? Você vem do povo... E ele também veio, mas você não traiu o povo e ele sim. O povo está traído e cego pela paixão. Cabe a você chamar seus "filhos" e cidadãos, e  lhes mostrar que o verdadeiro amor deve ser pela família e não por uma paixão sem freios.
Quixadá teu povo morre sem saber porque; teus filhos lutam sem querer. Teu suor é farpa que queima na noite fria; tua vida está perto de ter grande alegria.
Quixadá já foi uma grande cidade, hoje está "mais menor" do que algum dia foi. Hoje o povo, novamente, pode querer mudar, mas só com força de vontade e dignidade.
João Hudson, o teu povo precisa de aplausos e não de foguetório.
" Quem espera que a vida seja feita de ilusão,
pode até ficar maluco ou morrer de solidão.
É preciso ter cuidado pra mais tarde não sofrer,
é preciso saber viver.
Toda pedra no caminho você pode retirar;
numa flor que tem espinhos você pode se arranhar.
Se o bem e o mal existem você pode escolher, é preciso saber viver..."

terça-feira, 17 de julho de 2012

"Divagar"


Com os dias que passam, a máquina humana tritura suas emoções e lembranças. Faz, muitas vezes, de conta que algumas coisas não passaram ou não a fizeram sofrer. Mas dizem que não somos máquinas, somos assemelhados. Também dizem que temos um destino, um carma de outra vida a cumprir. 
Diz muita coisa a sabedoria popular; diz que a voz do povo é a voz de Deus. Não gosto de usar deus como Deus. Não gosto de me apropriar de coisas que não entendo. 
Não gosto de azares, contos antigos, amuletos ou qualquer tipo de superstição. Também não gosto de arrependimentos, ou erros repetidos infinitamente. Já não é muito uma vida toda para se arrepender? O destino trata de nos mandar para aonde pertencemos e não onde devemos ficar. Não gosto do destino. Não sei destinar minutos ao acaso ou ao relento. 
Com os dias que passam, a máquina humana se enferruja com seus sentimentos e lamentações. Pessoas ficam para trás, seguem seu destino. Lembranças e suores; rumores e a vida que passa... Tudo fica para trás e só o que fica para trás é que é realmente real.
Dizem que não existem dias iguais, mas existem. Todos são iguais. Nossos arrependimentos são tão lamentosos a cada dia que deles esquecemos a toda e qualquer nova dor. Causamos o destino e dele somos a causa. Tenho azares, mesmo não gostando deles! Já escutei milhares de contos. Já tive meu lugar preferido para que a sorte chegasse! Já estive procurando um trevo de quatro folhas. Já procurei Deus. Senti-me semelhante. 
Não fui de ficar olhando para o sol ou contando as estrelas, mas já pensei que tudo isso tem um fim...
Já é muito uma vida toda de arrependimentos; eu tenho os meus, vocês os seus, mas ninguém sabe onde estão os de deus.
Já tive dias melhores, mesmo eles sendo todos iguais. Já tive dias piores, mesmo que deles não lembre mais. Já tive olhares únicos e destinos dos mais diversos. Já tive certas escolhas ao fazer as escolhas certas.
Já tive azares que se modificaram e me fizeram feliz. Senti-me igual. Sou igual. Posso ser mais? Não. Nunca poderemos nos superar. A superação é algo absolutamente improvável. Mas mesmo as coisas mais absolutas tem seu dia de glória. Um dias as coisas mudam... Um dia o destino se cumpre. Um dia o arrependimento surge; noutro o destinos no beija a face, e mostra que esteve ali, sempre com você. No final, quando as luzes estiverem fracas, poucas estrelas virão lhe ver. Mas todos os olhos que te admiraram estarão lá, mesmo que seja na Tua lembrança.

sábado, 14 de julho de 2012

Nem tanto. Portanto...





As pessoas são objetos de estudo dos mais variados temas e suposições. Mas uma coisa elas tem que ter em comum: serem elas mesmas, mas sem deixarem de ser normais. Diferentemente iguais em forma, mas igualmente diferentes em reação. Não é a toa que tudo está como sempre esteve: indefinido.

Há de se sonhar com um mundo perfeito, onde os sonhos são simples singelos e jamais acabam! Onde as pessoas se congratulem em religião, preconceitos e necessidades das mais variadas. Um mundo correto; um mundo fraterno e ao mesmo tempo singular.

Dá para ser assim? Não, nunca será.

A dor tem que existir e da mais diversas formas. O homem tem que evoluir com a dor e dela tirar sua forma de ser e de reagir aos estímulos do mundo. Ninguém pode se afastar ou se isolar de tudo isso, pois assim sendo, não seremos mais sociais, e sim, Neandertais.

Os filósofos procuram divagar sobre suas próprias consciências e necessidade; eles veem o mundo com os olhos de quem vê o sol em pleno dia. Os pensadores não sabem mais de mundo que nós mesmo, os meros e tolos mortais.

Os médicos, curandeiros ou afetivo-psiquicos, são impulsionados pela perspectiva da necessidade e ensinados a prever e prescrever nossos caminhos. Não sabem mais do que nós, pois não são capazes de evitar o inevitável.

De que me serve viver melhor e enfrentar os medos, se tudo terá o mesmo fim? De que me serve escolher entre tantos modos de viver, se tudo dá no mesmo?

Uns tem fé, e outros tem a si mesmo. Mas ninguém acredita em nós mesmos; somos incapazes de vivenciar de forma pura e cristalina, todas as mazelas da vida, assim como também suas felicidades.

Não existimos para sermos eternos e nem para sermos perfeitos. Existimos assim, somos "assado", vivemos de qualquer jeito. Não, não fomos ensinados dessa forma.

Trazemos na mente todas as páginas do livro humano da organização; de como temos que ser e como temos que nos determinar diante nossa infimia linha da vida. Os pormenores são apenas contratempos sem lógica. Perceber que as nuances é coisa de louco ou perda de tempo, ou até mesmo uma bela viagem ao esquecimento...

Somos coisas e não pessoas. Sou humano e não uno.

As pessoas são objetos de sua própria história e de sua imprópria vida. Destacamos-nos em todas as partes do mundo, principalmente no tocante enganatório do irreal. Insisto em prever nosso fim, sem se quer saber o porquê de estarmos aqui. A vida é feita de grandes e minuciosos estudos, mas o principal estudo não existe: O porquê de tudo não existir.

Divagamos, curamos, sociabilizamos, mas não abstraímos. Não nos dotamos do paradoxo da inexistência. Nunca achamos que estamos perdidos para sempre, pois no sempre, há uma esperança. O ser é tão infinito quanto sua história é passado. Não somos, pois nunca existimos em um tempo tão pequeno, frente a imensidão universal.

Passamos a existir pelo complexo fato biológico do nascimento, mas antes disso houve infinitos acontecimentos para que nós “acontecêssemos”. Incrível pensar em tanta coisa e não desistir na hora que se toma consciência de tudo! E pior, não sabemos de nada. Estar aqui foi por causa disso, que deu causa aquilo, que acabou sendo nós.

Com o tempo e com mais afazeres, deixamos o mundo seguir seu rumo; a vida seguir suas vontades. Nesse meio tempo, apresentam-nos algumas escolhas e isso chamam livre-arbítrio. Se livre fôssemos, não nos sujeitaríamos a censura da opinião diversa. Por mais que tentemos nos abstrair, não podemos, pois não é assim que as coisas são.

Queria voar e com os pássaros sentir que eles não sentem nada demais. Queria saber o que os animais não sentem. Queira não existir pelo tempo, como as montanhas inexistem. Mas não podemos ser aquilo que os fatores do acaso decidiram por nós. Não temos espaço suficiente na vida para abstrair na reflexão. Somos escravos dos dias e do pouco tempo que dispomos para nos mantermos vivos... Muitas vezes, viver parece apenas uma forma de morrer de uma forma melhor.

Os pensadores, e seus imbróglios psicológicos, são médicos que não curam, mas que fingem saber que as respostas estão na não existência do porque da pergunta. O homem não deveria existir, assim como os pássaros deveriam sentir vontade de serem eternos. O homem é uma causa sem causa, um abismo cheio de porquês; é uma pergunta ambulante que não deve ser respondida, apenas vivida. Somos nada além disso que não vemos, o infinito.

O homem é uma falsa verdade que com o tempo simplesmente se aperfeiçoou no que de melhor podia, que é a sua vontade de ter razão para existir.

domingo, 8 de julho de 2012

Diferentes olhos.



Não são teus, eu sei, nem de quem te inventou.
São da vida e dessa eu tenho pena.
Nem os olhos mais lindos viram quem te levou,
E ainda sim espera por outros problemas.

Não são meus, nem sei, os poemas sem graça.
São da vida, errante, tosca e plena.
Nem a boca mais sabia diria tanta desgraça
E ainda sim, não passaria por tantos dilemas.

Não são nossos, sabemos, nem das nossas alegrias.
São da vida as lágrimas e as despedidas.
Nem os olhos mais cansados deixariam de ver

E ainda sim, e por todo sim, amariam você.
Não são eles, sabem que sim, tão preteridas.
São da vida, dos anceios e dos dias.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A jornada dos ossos.


 Fazem parte da nossa rotina e de nossas vidas. Os cachorros são quase ou mais humanos do que nós. Precisam de quase ou mais tudo que nós. São dóceis e imprevisíveis. Cada cachorro tem seu style ou seu jeito de não ser.
Mas eles têm a pior das qualidades do homem: morrer. Um dog sem raça mas com jeito de cachorro grande; e ele é grande! Enorme! Rabugento... Mas não quer mais viver. Perdeu a força vital; a sua fonte da vida secou. Ele é apenas uma sombra do que era. Não há veterinário que cure a falta de vontade em viver. Ele está e é velho! São mais de 12 + 1 anos de vida! É assim que me lembrarei de sua idade, 12 + 1.
Quando aqui chegou, ainda com 2 meses de idade, pegou pela frente logo um comício. Adivinhem de quem... 1999... Pois era um grande e "festeiro" comício. Foguetório pra ensurdecer até quem não escutava bem. O pobre... Todo se tremendo... Mal sabia ele que iria ficar traumatizado com fogos! Os fogos passaram, e o candidato, infelizmente ganhou e não passou. Não era pra ter ganhado? Era, pois a maioria assim quis, mas por mim... Por Spock...
Hoje os fogos não o incomodam mais. Ele mal escuta, está velho e cansado de tanto sofrer. Quando ainda novo, pegou uma tal de virose. Parece coisa de gente, mas não é. Foi tratado e medicado como um ser vivo que precisava de cuidados. Mas ele não sabe que nem humanos tem o tratamento que ele teve, sempre.
Parei um pouco de escrever agora. É difícil falar e não se emocionar. É e está sendo difícil não vê-lo comer nem beber água. Spock está no fim, no fim de sua jornada, a jornada dos ossos. Não tem mais forças pra quebrá-los, pois está sem vontade, sem alegrias... Eu entendo ele, pois também já fiquei sem rumo, sem forças, sem vontade. Mas ele não tem consciência da vida; eu tenho.
Por mais de 12+1 anos coloquei sua comida e água! Todos os dias, com poucas exceções. Não está sendo fácil pra mim, mas imagine pra ele. Ele não tem mãe pra segurar sua pata... Ele só tem a mim e eu a ele. Não era pra ser assim Spock, você não poderia fazer isso comigo. Mas é a vida, uma vida de cão. As pessoas vivem para verem os outros morrerem.
Um dia lembrarei-me de você como alguém que se foi; alguém que nunca mais vai voltar. Saberei que fora um cachorro legal, gente fina demais! Eu pude lhe contar meus segredos, mas nunca soube dos seus. Dos gatos que matou, das dores que sentiu ou sobre as cadelas que nem mesmo chegou a conhecer... Isso mesmo, ele passou a vida sem saber o que era viver. Mas acho que não dará muita importância para isso, pois não tem como sentir falta daquilo que não conhecemos.
É assim que tento prestar minhas homenagens a quem ainda não se foi; alguém que nem mesmo era alguém, mas um cachorro que foi tratado como gente, mesmo sem nunca ter sido um de nós.