domingo, 20 de setembro de 2009

À MORTE HÁ VIDA.

Onde encontras tanta mágoa,
Se mal sais do cativeiro?
Como pode voar tua alma,
Se a esconde o dia inteiro?

Pode haver, quem sabe, nada
Entre os muros da tua sina?
Mas se assim, tão malfadada,
Seria a vida quem te ensina?

Quero saber os teus segredos,
Pois, acho que sejas louca.
Mas a viver sem matares

Sem ir diversos lugares,
Podes como seres assim?
Tenhas dó de mim...

Deixa que eu te venere.
E assim que puderes,
Ensina-me a viver.

Diga-me como matar,
O que não mata você...

Por não me querer.

Porém, pensando na noite passada:
Nada mais quero que sofrer o agora
Lembrando o cheiro da tua boca adorada...
Faz-me pensar em nada!
Faz-me sentir em glória!

E em quanto tempo ainda vou ver,
Novamente, teu riso que me mata?
Achar em outro lindo ser
Uma que como a tua ter
Dor desta força celibata!

Não quero boca outra vivente!
Apenas sentir quero o que me deste.
Fiz promessa para tê-la inocente
E jamais tocar sequer na tua veste!

Terei. Sim, terei para sempre ou nada!
Pois que me mata a vaga lembrança
Da tua boca aveludada.

E sem sentir ódio ou vingança,
Só vivo a nutrir essa doída esperança

E ter a vida mais amenizada.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um céu; dois infernos.

Levo embora teu corpo mudo,
Tal que nunca o vi desta forma;
Tal que jamais quis de qualquer jeito;
Tal que vai de “livre aceito”;
Tal qual de vê-lo me arrepio!
Lindo, leve e absurdo!
Tal qual fora uma santa!
Uma menina devassa!
Mas esta é nossa farsa.
Este frio, agora é nosso beijo!
Não te importa com o que vejo?
Teu corpo, não mais bate a porta,
Vê que o amor é dor que mata...
Sem pensar; sem deixar cair;
Sem deixar... Não deixar.
Não quero ir.
Sem de qualquer jeito,
Forçar do fundo do peito
Os instantes sem vida...
Querida! Querida!
Viva! Viva! Fuja de mim!
Pois bem que te quero assim.
E agora em minhas mãos,
Fará tudo que quero,
Mesmo que em vão;
Na dor possível e na derrubada
Teu aconchego foi minha morada,
Sendo o meu crime a desilusão.
Vou perdido por amar demais,
Perdido por sentir demais...
Sem poder... Sem poder te amar.
Sem tê-la ali em frente;
Mesmo que nos abraços de outra gente,
Não descanse em paz.